Com o aval do Ministério Público, a Prefeitura de Estância Velha decidiu iniciar, nesta terça-feira (20), a vacinação de pessoas com comorbidades com 59 anos. A vacinação acontecerá nos oito postos de saúde do município, a partir das 13 horas.
A decisão da Prefeitura foi tomada no início da noite desta segunda-feira, após reunião do prefeito Diego Francisco com a coordenadora da Vigilância em Saúde, Eliane Fleck. “Vamos avançar no nosso plano, que já estava pronto desde a semana passada. Para nós, o melhor lugar da vacina é no braço dos estancienses e não guardada em uma geladeira”, disse Francisco.
O prefeito também ponderou que Estância Velha corre contra o tempo quando o assunto é a imunização da população. “A gente sabe que só sairemos desta crise de uma maneira, que é através da vacina”, declarou.
A coordenadora da Vigilância, Eliane Fleck, destaca que Estância Velha decidiu, estrategicamente, diminuir a faixa etária das pessoas com comorbidades que serão vacinadas neste primeiro momento. “Fizemos isso pensando na segurança do processo, já que as exigências documentais serão maiores neste momento”, justificou.
Aval do Ministério Público
Na tarde de ontem, o prefeito, o procurador-geral do Município, Matheus Costella Menegussi, e a equipe gestora da Secretaria de Saúde, participaram de uma reunião convocada pelo Ministério Público.
O promotor Bruno Amorim Carpes quis entender a polêmica envolvendo o início da imunização das pessoas com comorbidades no município, que na última sexta-feira foi impedida pelo Governo do Estado. A Prefeitura apresentou dados e prestou os esclarecimentos necessários.
Após a reunião, o Ministério Público enviou uma recomendação à Prefeitura dando aval para que o Município desse segmento ao Plano Municipal de Vacinação.
O que a pessoa com comorbidade precisa para se vacinar?
Indivíduos pertencentes a esses grupos poderão estar cadastrados no SIPNI, ou aqueles pacientes com doença crônica que já são acompanhados pelos postos de saúde do município. Quem não for acompanhado, deverá apresentar qualquer comprovante que demonstre pertencer a um destes grupos de risco, como: exames, laudos, relatório médico, prescrição médica com descrição da doença, receitas (para pacientes com diabetes mellitus).
No dia da vacinação, é preciso apresentar cartão SUS Estância Velha ou comprovante de residência no nome da pessoa a ser vacinada, CPF e caderneta de vacinação (quem tiver).
Quais são as doenças crônicas?
– Diabetes mellitus
– Pneumopatias crônicas graves (Indivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos, internação prévia por crise asmática)
– Hipertensão Arterial Resistente (Quando a pressão arterial permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou pressão controlada em uso de quatro ou mais fármacos anti-hipertensivos)
– Hipertensão arterial estágio 3 (pressão arterial sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade)
– Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com LOA e/ou comorbidade (PA sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão-alvo (LOA) e/ou comorbidade)
– Insuficiência cardíaca (IC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association)
– Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar (Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária)
– Cardiopatia hipertensiva (Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo)
– Síndromes coronarianas (Síndromes coronarianas crônicas (Angina Pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, outras)
– Valvopatias (Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou insuficiência tricúspide, e outras)
– Miocardiopatias e Pericardiopatias (Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática)
– Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas (Aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos)
– Arritmias cardíacas (Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; e outras)
– Cardiopatias congênita no adulto (Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico)
– Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados (Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos cardíacos implantados (marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência)
– Doença cerebrovascular (Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular)
– Doença renal crônica (Doença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular <60 ml/min/1,73 m2) e síndrome nefrótica)
– Imunossuprimidos (Indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV e CD4 <350 células/mm3; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticóide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias)
– Anemia falciforme
– Obesidade mórbida (Índice de massa corpórea ≥ 40)
– Síndrome de down (Trissomia do cromossomo 21)