Prefeitos da Região Metropolitana de Porto Alegre reuniram-se virtualmente nesta quarta-feira, 4, com os três senadores gaúchos – Lasier Martins (Podemos), Luis Carlos Heinze (Progressistas) e Paulo Paim (PT) – e o deputado federal Giovani Cherini (PL), líder da bancada na Câmara. O encontro, promovido pela Associação de Municípios da região (Granpal), posicionou os parlamentares sobre a necessidade da destinação célere dos recursos da União para o enfrentamento da pandemia.
Segundo a presidente da entidade, Margarete Ferretti (PT), o inverno pode acelerar ainda mais os casos de Covid-19 no Rio Grande do Sul. Prefeita de Nova Santa Rita, ela salientou que, para enfrentar esse desafio, a rede hospitalar deve estar fortalecida. “Precisamos do entendimento e da ajuda da União para esses custeios. Sozinhas, as prefeituras não conseguirão”, afirma.
O discurso da presidente foi reafirmado por outros gestores, como Luiz Carlos Busato (PTB), de Canoas. “Muitos municípios do entorno fazem uso da nossa estrutura. E o que nos preocupa é a possível superlotação dos leitos de UTI. Ainda não estamos no fim da curva”, alertou. Em Sapucaia do Sul, por exemplo, o prefeito Luís Rogério Link (PT) contou que desembolsa R$ 1,7 milhão a mais por mês na saúde desde o início da pandemia.
Diálogo com o parlamento
Abertos para ouvir os mandatários municipais, os senadores gaúchos entendem que agora não é momento de divergências, mas de construção coletiva. “Tudo que for para o bem do país e para melhorar a vida nas cidades tem a nossa chancela”, argumentou Paulo Paim. O parlamentar endossou o esforço em ajudar os pequenos e médios empresários – que representam 65% da renda do Brasil. “As leis que aprovamos concedem financiamentos isentos de taxas para reconstruir o país”, disse.
Sobre as verbas complementares, Lasier Martins destacou o esforço da bancada em buscar novas vias de contemplar as cidades. “São recursos que chegam em momento oportuno diante do caos que todos vivemos”, enfatizou. Segundo Luis Carlos Heinze, os municípios gaúchos receberão R$ 1,4 bilhão da União e o governo do Estado, R$ 2,2 bilhões – sendo que os valores da saúde serão distribuídos entre as cidades. “Trabalhamos com afinco para suspensão do pagamento das dívidas das prefeituras com a União. Elas foram postergadas até o fim do ano. Sabemos o valor deste impacto”, disse.
Líder da bancada na Câmara dos Deputados, Cherini entende que o momento é de unidade, otimismo e fé. “A política nunca foi tão necessária. Seguiremos ajudando quem mais precisa, mas também precisamos cuidar, cada um, do seu psicológico. É fundamental estar em paz consigo”, refletiu.
Eleições em pauta
O encontro ainda oportunizou um debate sobre o calendário eleitoral de 2020 – cenário incerto em função da pandemia. José Sperotto (PTB), de Guaíba, destacou que o momento pede economia de recursos públicos e, por isso, uma eleição nessas condições seria um grave erro. “A hora é de produzir, trabalhar e economizar. O país não suportará o custo do processo eleitoral”, salientou, apontando que o caminho está na unificação das eleições em 2022.
A opinião não é consensual entre os líderes. Para o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal (Progressistas), o pacto democrático foi de quatro anos. Portanto, qualquer extensão de mandato seria uma injustiça com a decisão popular. “Entendo que as eleições precisam acontecer em outubro, de uma forma mais digital, obviamente. E se não for possível, que se pense no início do próximo ano, com um tempo adequado para transição”, sugeriu. Miki Breier (PSB), de Cachoeirinha, e Daiçon da Silva (MDB), de Santo Antônio da Patrulha, concordam com a visão, alegando que a decisão popular precisa ser respeitada.
Lasier Martins e Luis Carlos Heinze adiantaram que, pela movimentação do Senado, é pouco provável que as eleições sejam unificadas em 2022. Segundo eles, a tendência é realizar o pleito após outubro.