São Leopoldo enfrenta um aumento significativo de casos de esporotricose em gatos, doença infecciosa causada por um fungo e transmissível a humanos. O secretário de Proteção Animal, Cláudio Giacomini, alertou sobre o problema em sessão plenária na Câmara de Vereadores na terça-feira (11), destacando a necessidade de medidas para conter a disseminação da enfermidade.
A doença é transmitida por contato com o fungo presente no solo e em madeiras ou através de feridas contaminadas. Gatos com acesso à rua estão mais expostos ao risco de infecção. Segundo a Secretaria Municipal de Proteção Animal (Sempa), os casos têm se multiplicado após as enchentes na região, sendo identificados em diversos bairros da cidade. O tratamento, que pode durar de três a quatro meses, custa aproximadamente R$ 2.800 para atender cerca de 180 gatos por mês. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece medicação apenas para humanos, sem recursos destinados ao tratamento dos animais.
Aumento expressivo de casos
Dados apresentados por protetoras de animais e pela equipe da Sempa mostram que os casos de esporotricose têm crescido rapidamente no Rio Grande do Sul. Em 2020, foram registrados nove casos, enquanto em 2023 o número saltou para 625. Em São Leopoldo, bairros como Arroio da Manteiga, Scharlau, Campina, São Miguel, Centro, Pinheiro, Feitoria e Vicentina já confirmaram a presença da doença em felinos.
Propostas para enfrentamento da doença
Entre os desafios apontados por especialistas, estão a subnotificação de casos e a falta de infraestrutura para atendimento veterinário especializado. A protetora Gisele Schuler e a funcionária da Sempa Gabriela Ávila apresentaram à Prefeitura um projeto que sugere a criação de um espaço específico para tratamento e isolamento dos gatos infectados, além de apoio veterinário e aquisição de medicamentos pelo poder público.
O projeto também propõe campanhas de arrecadação de insumos, intensificação da castração e um protocolo de adoção responsável. “Com esse projeto, se conseguirmos implementar, com certeza vamos pelo menos minimizar esta situação”, afirmou Giacomini.
Riscos à saúde pública
A esporotricose pode se tornar um problema de saúde pública, principalmente para pessoas que lidam diretamente com solo e madeira, além de protetores de animais e tutores de gatos. Se não tratada, a doença pode ser fatal tanto para humanos quanto para os animais.
A Prefeitura orienta a população a observar sintomas como feridas na pele, nódulos e lesões que não cicatrizam. Em caso de suspeita, é necessário buscar atendimento veterinário ou médico.
Bairros com casos confirmados
- Arroio da Manteiga
- Scharlau
- Campina
- São Miguel
- Centro
- São José
- Pinheiro
- Feitoria
- Morro do Espelho
- Jardim América
- Vicentina
- Fião
- Santa Tereza
- Chácara dos Leões
- Campestre
- Duque de Caxias
- Rio dos Sinos
- Santos Dumont
- Santo André
A Prefeitura informou que áreas como Cristo Rei e Rio Branco ainda não registraram casos, mas a população deve manter a vigilância.
Como ajudar
A comunidade pode contribuir com doações de medicamentos, insumos ou trabalho voluntário. Mais informações podem ser obtidas na Secretaria de Proteção Animal de São Leopoldo.
Sintomas da esporotricose em gatos
- Feridas na pele que não cicatrizam
- Nódulos ou caroços
- Perda de apetite
- Apatia
Em caso de suspeita, recomenda-se evitar contato direto com o animal e procurar um veterinário.