Casos de esporotricose em gatos aumentam em São Leopoldo e preocupam autoridades

Por Jonathan da Silva

São Leopoldo enfrenta um aumento significativo de casos de esporotricose em gatos, doença infecciosa causada por um fungo e transmissível a humanos. O secretário de Proteção Animal, Cláudio Giacomini, alertou sobre o problema em sessão plenária na Câmara de Vereadores na terça-feira (11), destacando a necessidade de medidas para conter a disseminação da enfermidade.

A doença é transmitida por contato com o fungo presente no solo e em madeiras ou através de feridas contaminadas. Gatos com acesso à rua estão mais expostos ao risco de infecção. Segundo a Secretaria Municipal de Proteção Animal (Sempa), os casos têm se multiplicado após as enchentes na região, sendo identificados em diversos bairros da cidade. O tratamento, que pode durar de três a quatro meses, custa aproximadamente R$ 2.800 para atender cerca de 180 gatos por mês. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece medicação apenas para humanos, sem recursos destinados ao tratamento dos animais.

Aumento expressivo de casos

Dados apresentados por protetoras de animais e pela equipe da Sempa mostram que os casos de esporotricose têm crescido rapidamente no Rio Grande do Sul. Em 2020, foram registrados nove casos, enquanto em 2023 o número saltou para 625. Em São Leopoldo, bairros como Arroio da Manteiga, Scharlau, Campina, São Miguel, Centro, Pinheiro, Feitoria e Vicentina já confirmaram a presença da doença em felinos.

Propostas para enfrentamento da doença

Entre os desafios apontados por especialistas, estão a subnotificação de casos e a falta de infraestrutura para atendimento veterinário especializado. A protetora Gisele Schuler e a funcionária da Sempa Gabriela Ávila apresentaram à Prefeitura um projeto que sugere a criação de um espaço específico para tratamento e isolamento dos gatos infectados, além de apoio veterinário e aquisição de medicamentos pelo poder público.

O projeto também propõe campanhas de arrecadação de insumos, intensificação da castração e um protocolo de adoção responsável. “Com esse projeto, se conseguirmos implementar, com certeza vamos pelo menos minimizar esta situação”, afirmou Giacomini.

Riscos à saúde pública

A esporotricose pode se tornar um problema de saúde pública, principalmente para pessoas que lidam diretamente com solo e madeira, além de protetores de animais e tutores de gatos. Se não tratada, a doença pode ser fatal tanto para humanos quanto para os animais.

A Prefeitura orienta a população a observar sintomas como feridas na pele, nódulos e lesões que não cicatrizam. Em caso de suspeita, é necessário buscar atendimento veterinário ou médico.

Bairros com casos confirmados

  • Arroio da Manteiga
  • Scharlau
  • Campina
  • São Miguel
  • Centro
  • São José
  • Pinheiro
  • Feitoria
  • Morro do Espelho
  • Jardim América
  • Vicentina
  • Fião
  • Santa Tereza
  • Chácara dos Leões
  • Campestre
  • Duque de Caxias
  • Rio dos Sinos
  • Santos Dumont
  • Santo André

A Prefeitura informou que áreas como Cristo Rei e Rio Branco ainda não registraram casos, mas a população deve manter a vigilância.

Como ajudar

A comunidade pode contribuir com doações de medicamentos, insumos ou trabalho voluntário. Mais informações podem ser obtidas na Secretaria de Proteção Animal de São Leopoldo.

Sintomas da esporotricose em gatos

  • Feridas na pele que não cicatrizam
  • Nódulos ou caroços
  • Perda de apetite
  • Apatia

Em caso de suspeita, recomenda-se evitar contato direto com o animal e procurar um veterinário.

Foto: Monique Marcolin/Divulgação | Fonte: Assessoria
Publicidade

Você também pode gostar

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.