68ª Feira do Livro de Porto Alegre promove painel sobre independência do Brasil no feriado

Por Amanda Krohn

Com o objetivo de desmistificar os eventos do dia 7 de setembro de 1822, a Feira do Livro de Porto Alegre promoveu, neste feriado de Finados (02/11), um painel para tratar dos duzentos anos da independência do Brasil. No Auditório Barbosa Lessa do Espaço Força e Luz, o evento, mediado pelo historiador e professor Rafael Bassi, contou com a participação de Paulo Rezzuti (Independência: A História Não Contada: A Construção do Brasil: 1500-1825) e Rodrigo Trespach (Às Margens do Ipiranga). Na pauta, estavam os simbolismos da data, e bastidores da Declaração de Independência do Brasil.

Bassi trouxe para a roda de conversas assuntos como a consolidação da independência, identidade nacional e o pouco entendimento do brasileiro sobre o processo de ruptura dos laços coloniais do país em que se vive. Trespach contou que tenta trazer em sua obra um passeio narrativo no processo histórico, mas com foco na viagem final que definiu o futuro do Brasil. “Dom Pedro faz uma importante viagem do Rio de Janeiro para São Paulo e depois para Santos. Tento trazer, sempre com base nos jornais e relatos da época, a construção desse processo”, disse.

No quesito dificuldade de entendimento da independência nacional por parte da população, os autores entendem que se deve, em parte, aos estudos das universidades. “A academia traz consigo a linguagem técnica. Passar o que é produzido na academia para o público comum é fundamentalmente o que falta”, analisou Rezzuti. Já Rodrigo destacou que a pesquisa e os fatos devem tornar-se conhecimento, e, para isso, é necessário um processo de universalização dos conteúdos básicos de entendimento. “A finalidade da academia é pesquisar, mas se ela não tornar isso público, se torna algo inútil. As universidades falham em aproximar o público não acadêmico”, criticou.

Oficina e os clichês

Ainda nesta quarta-feira, foi ministrada a oficina “Tudo contra os Clichês!”, por Cíntia Moscovich, na sala O Retrato, no Espaço Força e Luz. O evento, que contou com alta adesão do público, abordou questões sobre o como melhorar a escrita e fugir dos clichês. Cintia iniciou sua explanação desconstruindo os clichês não só nas redações, como também na vida. “O clichê desvaloriza automaticamente o texto”, disse a autora. Ao final do evento, foi distribuída uma atividade de escrita ao público. A oficina ocorre em dois dias, sendo a segunda parte realizada no próximo sábado (05/11).

Programação para esta quinta-feira

Realizada pela Câmara Rio-Grandense do Livro, a feira terá painel sobre a representatividade negra na Literatura Infantil e bate-papo sobre o luto com Fabrício Carpinejar nesta quinta-feira. Confira abaixo alguns destaques da programação de amanhã:

13h30min, na sala O Retrato no Espaço Força e Luz: A urgência da representatividade negra na Literatura Infantil, com Sonia Rosa.

15h, na sala O Retrato no Espaço Força e Luz: Oficina de escrita e escuta feminiSta (1/2), com Mariam Pessah. As inscrições são prévias e podem ser realizadas neste link.

16h, no Auditório Barbosa Lessa no Espaço Força e Luz: Memórias que se transformam em livro, com Fernanda Moro e Diego Dorneles Gonçalves.

17h30min, no Auditório Barbosa Lessa no Espaço Força e Luz: O que é o luto? Depois é nunca!, com Renato Noguera e Fabrício Carpinejar.

18h, no Teatro Carlos Urbim, na Praça da Alfândega: Entre prosas e versos, com Mário Terres e Fabio Malcorra.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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