Foram motivos de segurança que deram impulso à construção do Autódromo Internacional de Tarumã e a mesma razão afastou a Stock Car Pro Series do icônico traçado gaúcho. Em 1968, um acidente trágico nas 12 Horas de Porto Alegre, realizadas nas ruas da capital do Rio Grande do Sul, levou à proibição de provas em vias públicas pelo governo local. Era o impulso final para o projeto que vinha sendo gestado pelo Automóvel Clube do Rio Grande do Sul desde a década de 1950.
Dois anos depois, no início de 1970, os engenheiros Miguel Xavier da Costa, Edemar Lorenzini, Lucio Regner, Jaime Gaspar dos Santos e Edmar Levy, em conjunto com o arquiteto Sergio Monserrat, finalizam o desenho do autódromo, que foi financiado por doações de fãs e praticantes do esporte, sendo inaugurado meses depois. Sob o comando do piloto e administrador Antonio Pegoraro, a pista estreou no dia oito de novembro com vitória do paulista Jayme Silva, a bordo de um Alfa Romeo Fúria. Na mesma data também abriu as portas o restaurante do Tala Larga, lembrança que persiste até hoje na curva que leva o mesmo nome.
Com o avanço da tecnologia e das exigências modernas de segurança no automobilismo mundial, as pistas mais tradicionais têm passado por atualizações. É o que está acontecendo com Tarumã, que volta a receber a Stock Car Pro Series no próximo domingo, 21, após quase seis anos de ausência. A principal categoria do país novamente competirá no emocionante traçado situado no município de Viamão, onde disputou a primeira corrida de sua história, em 1979.
A pista mantém os 3.039 metros originais de sua fundação, com nove curvas que combinam configurações de alta, média e baixa velocidades. Entre elas, destacam-se a Curva do Tala Larga e as Curvas 1, 2 e 9. As últimas disputas da Stock em Tarumã aconteceram em 22 de outubro de 2017, com vitórias de Daniel Serra e Ricardo Maurício – ambos com o Chevrolet Sonic.
Pontos sensíveis
As obras em Tarumã foram lideradas pelo presidente da Comissão Nacional de Circuitos da Confederação Brasileira de Automobilismo, Luís Ernesto Morales. O desafio inicial, segundo ele, foi escalonar as intervenções, evitando altos custos imediatos. Por isso, Morales focou, na primeira etapa deste processo, nos pontos mais sensíveis do autódromo.
Em razão de as obras da primeira fase estarem baseadas em adequações para aumentar a segurança, o reasfaltamento da pista foi postergado para um segundo momento, após análise final da comissão da CBA. “Somos muito gratos à administração do Autódromo Internacional de Tarumã pelo esforço de atualizar o autódromo”, diz ele. “Ao longo dos últimos três anos, o foco foi o ajuste em termos de segurança”, destaca.
As intervenções iniciais aconteceram principalmente nas curvas. “Foram realizados nivelamentos de todas as áreas de escape. Em algumas delas, trabalhamos no sentido de ganhar mais espaço. Corrigimos e adequamos as barreiras de proteção e reconstruímos algumas zebras”, acrescentou Morales.
“Mas trata-se de um processo que ainda não está concluído e que precisará continuar depois da passagem da Stock Car, quando será feito um relatório sobre o que temos hoje e o que ainda precisará ser modificado em termos de segurança”, finalizou o técnico da CBA.