Abre no dia 3 de julho (quarta-feira), às 19h, no Espaço Cultural do Museu Dom Diogo de Souza, a exposição A Xilogravura de Zoravia Bettiol: Restauração, Impressão e Visibilidade, que traz 40 obras em complementação de tiragem e reimpressões.
As gravuras – inspiradas na literatura, na mitologia e na história – compõem um amplo painel do universo cultural, social, político, afetivo e intelectual vivenciado pela artista visual, que completa 84 anos em 2019.
A gravura é uma das mais significativas expressões da obra de Zoravia Bettiol, artista multimídia que se expressa também por meio da pintura, do desenho, da arte têxtil, do design, de instalações e de performances.
As obras em exposição fazem parte de nove das treze séries temáticas criadas por Zoravia ao longo de carreira: Primavera (1964), Namorados (1965), Gênesis (1966), Circo (1967), Romeu e Julieta (1970), Iemanjá (1973), Deuses Olímpicos (1976), Kafka (1977), Os Sete Pecados Capitais (1987).
Para o jornalista, crítico, curador e professor Eduardo Veras, a apresentação dessas estampas quase perdidas funciona também como uma síntese retrospectiva da produção xilográfica de Zoravia Bettiol:
“As 40 gravuras que agora vêm a público trazem consigo, portanto, as marcas de pelo menos duas épocas distintas, combinadas sobre a mesma superfície de papel: a de sua concepção original e a de sua reconfiguração como obra”.
A exposição – que foi exibida em Porto Alegre no mês de junho – é a etapa final de um projeto financiado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do Pró-cultura RS/Fac – Fundo de Apoio à Cultura.
Com duração de nove meses, o projeto traz uma iniciativa inédita de recuperação do valioso patrimônio xilográfico de Zoravia Bettiol, com a restauração de uma parte considerável das suas matrizes gráficas – são 160 peças restauradas, que possibilitaram a impressão e a exposição das gravuras.
A equipe de restauração, sob a coordenação da artista, dedicou-se a limpar as placas, vedar falhas na madeira, unir pedaços e colar novas lâminas de madeira em trechos perdidos pela exposição à umidade, ao calor e às pragas. Esses trechos desaparecidos foram novamente gravados pela artista, num minucioso resgate do desenho original.
Como forma de contribuir para a ampliação de acervos e a difusão da obra da artista, o projeto também prevê a doação de 48 gravuras para treze instituições de arte brasileiras, como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Margs, o Museu da Gravura Brasileira (Bagé/RS), o Museu de Arte Moderna de São Paulo – Mam, o Museu de Arte Contemporânea José Pancetti – Macc (Campinas/SP), o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap/SP) e o Museu Casa da Xilogravura (Campos do Jordão/SP), entre outros, em cidades de diversos estados do país.
Serviço
O quê: Exposição A Xilogravura de Zoravia Bettiol: Restauração, Impressão e Visibilidade;
Quando: de 4 a 30 de julho de 2019;
Onde: Espaço Cultural do Museu Dom Diogo de Souza Rua Emílio Guilayn, 2017-2061 – São Jorge, Bagé – RS;
Quanto: entrada franca.