O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing, participou da reunião-almoço Tá na Hora!, promovida pela Associação Comercial e Industrial (ACI) na manhã desta terça-feira (3) em Santa Cruz do Sul. Em sua palestra, Thesing abordou os desafios e oportunidades para o setor do tabaco, destacando o papel do Brasil como maior exportador mundial e o potencial de crescimento por meio da regulamentação de novos produtos.
Thesing iniciou sua fala agradecendo a oportunidade de promover o diálogo e reforçando a importância da união da cadeia produtiva. “Temos trabalhado de forma muito intensa para o fortalecimento do nosso sistema integrado. Essa união é imprescindível para a manutenção do Brasil na liderança deste mercado mundial e para atacarmos os desafios que dizem respeito a todos os envolvidos na cadeia produtiva”, afirmou o presidente, que destacou ainda a importância de grupos de trabalho focados em temas como integração, sustentabilidade, qualidade e inovação.
Durante a palestra, Thesing abordou mitos e fatos sobre o setor do tabaco, com a apresentação do documento Assunto Controverso, Contraponto Necessário. “Sempre que ouvirem algo controverso sobre o tabaco, em especial sobre temas relacionados a agrotóxicos, trabalho infantil, monocultura e renda, convido a consultar esse documento”, sugeriu o dirigente do SindiTabaco.
Os desafios do setor, incluindo o combate ao mercado ilegal e os impactos da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, também foram discutidos. Thesing criticou as ações do governo brasileiro, que, segundo ele, impõem medidas restritivas prejudiciais ao setor. “O governo brasileiro é um dos nossos principais sócios, leva anualmente mais de R$ 16 bilhões em impostos. Pela relevância econômica e social para os brasileiros, é um contrassenso esse mesmo governo ser protagonista na adoção de medidas restritivas”, destacou o palestrante.
Outro ponto abordado foi a proibição dos Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs), que estão proibidos no Brasil desde 2009. Thesing destacou o crescimento do consumo desses produtos no país, que passou de 500 mil consumidores em 2018 para mais de 2,9 milhões em 2023. “O produto que circula hoje no nosso País não é produzido por uma indústria legal, com controles sanitários rígidos. Regulamentar é cuidar. Proibir é negligenciar”, afirmou o presidente.
Thesing também enfatizou a importância da regulamentação dos novos produtos, especialmente para Santa Cruz do Sul e região, pelo potencial de geração de renda, impostos e empregos. “Santa Cruz do Sul, mesmo não sendo tão populosa, é o terceiro município em arrecadação, resultado direto da indústria do tabaco. Olhar para os novos produtos e defender a participação da cadeia produtiva estabelecida aqui no Brasil neste novo negócio global é também olhar para o futuro da nossa cidade e região”, destacou o palestrante.
Por fim, o executivo apontou que a produção de dispositivos com nicotina líquida já representa 20% do mercado mundial e destacou que o Brasil, embora seja o segundo maior produtor de tabaco, está perdendo oportunidades neste mercado em expansão. “Esse é um mercado que está em ampla expansão e já tem um faturamento anual estimado em US$ 320 milhões. Mais de 100 países já regulamentaram o uso destes produtos e este é o mercado potencial que estamos perdendo”, concluiu Thesing.