Neste mês de junho, a conscientização sobre a importância da realização do Teste do Pezinho ganha força com a campanha Junho Lilás. Recentemente, o Senado sancionou o Projeto de Lei (PL) que amplia o número de doenças rastreadas pelo Teste do Pezinho, que deve entrar em vigor no próximo ano.
“ O Teste é uma estratégia fundamental para prevenir doenças graves, como para detectar o surgimento de forma imediata. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza um teste que engloba seis doenças, dentre elas, pelo menos três cursam com a possibilidade de uma criança evoluir com dificuldade de desenvolvimento mental e cognitivo”, explica a pediatra e membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Cristiane Kopacek.
Realizado a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido, o Teste do Pezinho detecta algumas doenças metabólicas raras e assintomáticas. Com a nova lei sancionada, o exame passará a englobar 14 grupos de doenças, que podem identificar até 53 tipos diferentes de enfermidades e condições especiais de saúde.
“A detecção antecipada é importante pois salva vidas de recém-nascidos e de crianças que são portadores destas condições graves”
“Existem doenças detectadas pelo Teste do Pezinho que desencadeiam quadros graves de saúde em que a criança pode fazer infecções de repetição ou ainda ter falta de hormônios essenciais à vida. A detecção antecipada é importante pois salva vidas de recém-nascidos e de crianças que são portadores destas condições graves”, completa.
Conforme a especialista, no momento em que uma família encaminha o Teste do Pezinho e uma alteração é detectada, especialmente no SUS, que possui um programa de atenção e cuidado a esses resultados alterados, essas crianças recebem uma avaliação clínica e realizam mais exames que possam confirmar essas condições. Ao longo de 20 anos do programa público no RS, mais de 2 mil crianças foram diagnosticadas e tiveram suas vidas transformadas através do tratamento eficaz.
“A recomendação é que a coleta seja feita a partir das 48 horas de vida, de preferência até o quinto dia de vida”.
“A recomendação é que a coleta seja feita a partir das 48 horas de vida, de preferência até o quinto dia de vida. Temos duas condições urgentes, uma delas é a hiperplasia adrenal congênita, quando bebê pode não produzir um hormônio crucial à vida e perder sal, desidratar e ir a óbito. A outra condição é o hipotireoidismo congênito, quando uma criança possui falha de formação e não consegue produzir o hormônio da tireoide que é crítico para o desenvolvimento neurológico”, observa.
Para cada nova doença que é implementada no Teste do Pezinho, segundo Kopacek, é preciso ter uma política de confirmação do resultado e a garantia do tratamento de cada uma. E para garantir a integridade da saúde do bebê, com crescimento e desenvolvimento saudável, é importante que cada doença acrescentada siga a recomendação do Programa Nacional de Triagem Neonatal.