Cada vez mais os microempreendedores utilizam as redes sociais como ferramentas de trabalho para promover e aumentar a presença digital dos seus negócios. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pesquisa da Score, apontou que 73% dos estadunidenses aplicam estratégias de marketing digital para alcançar o seu público-alvo e vender mais os seus produtos e serviços.
Mas para entender melhor como funciona o universo digital e como usar as redes sociais a favor, o especialista e docente de Marketing e Gestão do Senac Novo Hamburgo, Émerson Reis, explica que a primeira tarefa de um microempreendedor é entender o próprio negócio, saber para quem ele vende e o problema de quem a sua empresa resolve. “Depois disso, é planejar conteúdos que utilizem uma linguagem que o público-alvo do negócio compreenda”, destaca.
Para ilustrar, o especialista traz o exemplo do hábito que empresas tem de seguir muitos usuários nas redes, sem critérios de escolha. Essa é uma estratégia que deve ser abandonada imediatamente. “Desta forma, a base de fãs/seguidores será construída de maneira inconsistente. Não há muito mistério, nas redes sociais eu devo encontrar pessoas que possuem uma maior predisposição de comprar o meu produto. Essa é a maneira mais simples de definir um público-alvo”, pontua Émerson.
Mitos e verdades
Atualmente, o principal mito disseminado é de que a plataforma/rede social grava todas as conversas do usuário. Segundo Émerson, o mais engraçado disso é que não há no mundo uma empresa com servidores suficientes para gravar todas as conversas de um usuário. “‘Mas um dia eu falei sobre minha geladeira que estragou e comecei a receber anúncios desse tipo de produto’. Isso de fato ocorre, mas esses anúncios são acionados por gatilhos. Provavelmente, quando colocou um anúncio no ar, a marca delimitou que gostaria de aparecer para uma pessoa com o seu perfil e que tenha falado determinado termo-chave”, exemplifica.
Já em relação a principal verdade, Émerson destaca que a forma como o algoritmo entrega o conteúdo para os usuários de cada plataforma exige que as marcas pensem na qualidade do conteúdo. “A matemática é bem simples: cada plataforma quer manter seus usuários ali, entretidos e satisfeitos. Como ela faz isso? Entregando conteúdos que estejam tendo bons resultados para usuários com o perfil mais adequado, que tenham maior predisposição a interagirem”, aponta.
Em outras palavras, a pergunta que todas as empresas que buscam uma presença digital qualificada deveriam fazer é: “o que eu quero dizer com essa postagem? O que eu acrescento na vida do meu público-alvo?”. De acordo com o docente, ainda há muitos produtores de conteúdo preocupados apenas com a estética, que muitas vezes é artificial e acaba gerando distanciamento, não engajamento. “O fator determinante está na verdade, no que eu quero passar e não apenas na parte estética. Quer ser recomendado pelo algoritmo? Não seja mais do mesmo”, argumenta.
Meta ou Facebook?
Entra ano, sai ano, e as redes sociais vão se modificando, nascendo ou morrendo. Quando surgem novas plataformas, é habitual que muita gente pense que “essa é a que funciona agora”.
Entretanto, segundo Émerson, o que realmente determina se uma rede social funciona ou não é se o público para o qual desejo está nela. “O fato é que eu preciso estar nas plataformas mais utilizadas pelo meu público-alvo. Hoje é muito fácil obter esse tipo de informação em fontes bem confiáveis, o site E-Commerce Brasil é um exemplo. A dica que eu dou é: avalie o todo e, independente da plataforma, fale o idioma do seu cliente”, enfatiza.