Sem palavras. É assim que ficou Beatriz Buarque (foto), a jornalista brasileira que criou o projeto Words Heal the World (Palavras Curam o Mundo, em Português), de combate ao extremismo, que deu origem à ONG homônima, ao saber que seu projeto é um dos concorrentes finalistas ao prêmio “Luxembourg Peace Prize”, ou Prêmio da Paz de Luxemburgo.
Trata-se de um dos prêmios mais importantes do mundo, destinado àqueles que se destacam em projetos relacionados à paz. “Só de sermos indicados ao prêmio, já nos sentimos vitoriosos”, comemora a jornalista.
Words Heal the World concorre ao Prêmio da Paz de Luxemburgo porque, além de empoderar jovens no combate a diferentes tipos de extremismo, o trabalho também tem aproximado os jovens de dezenas de organizações que promovem a paz no mundo todo, formando uma rede de ação única no mundo.
“O trabalho que fazemos no Words Heal é baseado num tripé: ele aproxima alunos universitários, de ensino médio e 23 instituições parceiras que promovem a paz em diferentes cantos do mundo. Se você for procurar, existem outras iniciativas que colocam os jovens como principais atores no desenvolvimento de mensagens de combate ao ódio. No entanto, não existe nenhuma outra iniciativa que tem os jovens como principais atores e que também conta com essa rede de ação que tem formado um ciclo virtuoso de paz. Essa rede é fundamental para amplificar nossas mensagens e ajudar essas organizações que desenvolvem um trabalho fantástico em suas comunidades”, diz Beatriz.
O projeto também é um dos candidatos ao prêmio da ONU “Ações pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (UM SDG Action Awards)”, na categoria conector. Neste caso, 356 projetos do mundo inteiro concorrem na mesma categoria, 208 desenvolvidos especificamente por jovens.
Beatriz irá para a Alemanha em maio, para a premiação, e no mês seguinte segue para os Estados Unidos para apresentar o projeto na Cúpula do Avanço da Juventude Mundial (Global Youth Advancement Summit) – um evento anual organizado pela Universidade de Michigan, que reúne 200 jovens líderes do mundo inteiro para discutirem alguns dos principais problemas enfrentados pela sociedade atualmente.
Para Beatriz, todos esses eventos são chave para trazer visibilidade ao projeto que foi registrado como ONG no Reino Unido e agora está atrás de patrocínio para ampliar ainda mais suas ações no Reino Unido, Brasil e América Latina.
Beatriz conta que a Words Heal está finalizando um mapa do extremismo no Brasil, que será divulgado no final de maio, com o intuito de contribuir com autoridades e organizações civis para criação de políticas contra crimes como racismo, xenofobia e homofobia.