Considerado o maior avanço dos últimos anos no tratamento do câncer, de acordo com a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO – American Society of Clinical Oncology), a Imunoterapia ainda é recente no país. As primeiras drogas só tiveram aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2011, mas ela já é considerada uma revolução no tratamento contra o câncer.
O Dr. Bernardo Garicochea, oncologista e especialista em genética do Grupo Oncoclínicas, que atua diretamente no acompanhamento dos estudos e análises que ditam as principais inovações no protocolo para tratamento oncológico mundial, explica que é cedo para afirmar que a imunoterapia seria a chave para a cura do câncer. De toda forma, os passos já trilhados são observados com otimismo e lançam boas perspectivas para tratamentos de cânceres metastáticos.
“Mesmo havendo um longo caminho e muitas variáveis a serem avaliadas no que diz respeito às indicações da imunoterapia, ela pode ser tratada como uma abordagem promissora que pode beneficiar diversos pacientes”, ressalta o médico.
Segundo Dr. Bernardo, “a imunoterapia, é a estratégia em que medicamentos podem estimular o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer as células cancerosas como invasoras e combate-las. Mais recentemente, estratégias em que as próprias células do paciente são modificadas fora do corpo para atacarem as células cancerosas tem se mostrado muito promissoras, especialmente em canceres do sangue (mieloma, leucemias e linfomas)”, explica ele.
A imunoterapia geralmente é bem mais tolerada pelo organismo do que a quimioterapia, mas por ser uma terapia que altera o sistema imunológico, pode gerar algumas doenças autoimunes, como dermatites ou vitiligo. Alguns pacientes podem ter efeitos mais intensos como colite, hepatite ou pneumonite, mas estes efeitos podem ser revertidos com a parada da medicação e até com a introdução de corticoide.
É importante que os profissionais que tomam conta de pacientes que recebem imunoterapia estejam preparados para reconhecer precocemente esses efeitos colaterais antes que eles se tornem graves demais. “À medida que esse tratamento for mais utilizado, vamos aprender a gerenciar rapidamente essas reações”, afirma o médico.