O 6º Festival Cinema Negro em Ação tem seu início nesta terça-feira, 28 de outubro, na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, promovido pela Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac) por meio do Instituto Estadual de Cinema (Iecine). Com programação até 1º de novembro, o evento reúne mostras de filmes, homenagens, laboratório de consultoria para cineastas negros, atividades formativas e atrações musicais, com o objetivo de valorizar produções e trajetórias do cinema negro brasileiro. A entrada é gratuita.
Nesta edição, o festival traz como tema “Revérbero”, propondo reflexões sobre a relação entre passado e futuro nas narrativas audiovisuais negras. O homenageado será o ator, cantor e compositor Tony Tornado, de trajetória consolidada na televisão, no cinema e na música ao longo de décadas. O artista também será responsável pela apresentação musical de encerramento do evento.
A programação de filmes inclui três longas-metragens na mostra competitiva: “Diaspóricas 2” (2025), de Ana Clara Gomes (GO), “Esquecendo Flora” (2024), de Beto Oliveira (SP), e “Quem é essa mulher?” (2025), de Mariana Jaspe (BA). Também integram a disputa seis curtas-metragens, seis videoclipes e três videoartes. No total, mais de 20 obras serão exibidas. A transmissão simultânea dos filmes ocorrerá nos canais Prime Box Brazil, Cultne.TV e TVE-RS.
Mostras, debates e atividades formativas
A diretora do Iecine, Sofia Ferreira, destacou o papel do festival no fortalecimento da diversidade na produção audiovisual. “É uma alegria garantir que esse evento, que reafirma a cada edição a força do cinema produzido por pessoas negras, siga sendo realizado ininterruptamente por meio da administração pública”, afirmou Sofia, que também ressaltou que iniciativas como o Sopapo LAB e o eixo educativo do festival integram os investimentos estratégicos no setor audiovisual do estado.
O evento contará com masterclass de Luciano Vidigal, diretor de “Kasa Branca”, obra vencedora do prêmio de melhor direção no Festival do Rio e cotada para concorrer ao Oscar de 2026. O cineasta discutirá processos criativos e referências culturais no cinema negro contemporâneo.
Homenagem e conexões com a história do cinema negro
A curadora-geral do festival, Kaya Rodrigues, ressaltou a pluralidade da edição. “Este ano também a gente percebe a importância e o crescimento do evento, que está reverberando por todo o Brasil ano após ano. Estamos trazendo uma mostra competitiva ainda mais forte e plural, construindo pontes entre todas as regiões do país e projetando grandes filmes feitos por cineastas negros, que vão concorrer ao nosso Prêmio Odilon Lopez”, observou Kaya.
A estatueta do prêmio homenageia o diretor gaúcho Odilon Lopez, reconhecido como pioneiro do cinema negro brasileiro, autor de “Um é Pouco, Dois é Bom” (1970).
Laboratório para cineastas negros
O Sopapo LAB, consultoria para desenvolvimento de projetos audiovisuais de cineastas negros, será ministrado pelo diretor do longa documental “Kakawa”, Emerson Dindo. Ele também é produtor-executivo da série “O Enigma da Energia Escura” (Globo) e dirige a plataforma DiALAB, incubadora de iniciativas audiovisuais.
A abertura musical do festival será conduzida pelo cantor e compositor Rico Dalasam, nome ligado ao “queer rap” e autor dos álbuns “Orgunga” (2016), “Fim das Tentativas” (2022) e “Escuro Brilhante, Último Dia no Orfanato Tia Guga” (2023).
Apoio institucional
O 6º Festival Cinema Negro em Ação conta com apoio da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), do Cine Bancários, do Paradiso Multiplica, do Sindicato da Indústria Audiovisual do Rio Grande do Sul (SIAV RS) e de outras entidades do setor.
Serviço
- O quê: 6º Festival Cinema Negro em Ação
- Quando: 28 de outubro a 1º de novembro
- Onde: Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736, Centro Histórico, Porto Alegre)
- Quanto: Entrada gratuita
- Mais detalhes: programação disponível nas páginas do Festival Cinema Negro em Ação, do Iecine e da Sedac no Instagram

