A Fecomércio-RS tem feito uma nova rodada de reuniões com representantes do governo estadual para discutir a necessidade de extinção do Piso Regional no Rio Grande do Sul. A entidade, junto com Fiergs e Federasul, realizou reuniões com a Secretaria do Trabalho e a Secretaria do Planejamento para esclarecer que o mecanismo está desconectado da realidade econômica local, acarretando prejuízos tanto para empresas quanto para várias classes de trabalhadores.
Desde sua criação até o reajuste concedido em 2021, o piso gaúcho acumula ganho real de 64,1%, contrastando com o crescimento do PIB no período (42,2%). Como o aumento do piso não é acompanhado por um ganho da produtividade na mesma escala, o incremento no custo da mão de obra sem uma contrapartida prejudica a abertura de novos postos de trabalho e eleva o risco de informalidade. Além disso, a existência de um Piso Regional reduz a eficiência da negociação coletiva.
Em 2022, circunstâncias extraordinárias tornam a concessão compulsória de reajustes um fardo maior para as empresas, como a existência de um passivo acumulado com a pandemia, e a forte estiagem que deve provocar perdas relevantes no PIB, começando pelo agronegócio e reverberando nos demais setores. Segundo estimativa da Farsul, as quebras de safra podem levar o PIB gaúcho a uma redução recorde, em torno de 8%, neste ano.
Diante dos sucessivos indícios de que a existência do Piso Regional tem trazido prejuízos para a economia e para o mercado de trabalho formal, a Fecomércio-RS pretende continuar o trabalho de sensibilização entre representantes dos poderes executivo e legislativo, para evitar a proposição e aprovação de projetos que prejudiquem o setor terciário. Atualmente, o Piso Regional conta com cinco faixas que vão de R$ 1.305,56 a R$ 1.654,86.