O Instituto Ling recebe no dia 22 de novembro a estreia de Sambaracotu, espetáculo inédito que estabelece um diálogo entre dança urbana e diversidade sonora brasileira. Produzida pelo Canoas Coletivo de Dança, a montagem tem direção e concepção de Carlota Albuquerque, Álvaro RosaCosta e Simone Rasslan e conta com oito bailarinos que buscam redescobrir em cena o que é ser um corpo brasileiro.
A novidade ficará em cartaz na programação do Ponto de Teatro até o dia 7 de dezembro, com sessões sempre nas sextas-feiras, às 20h, e nos sábados, às 18h. Os ingressos estão à venda no site do Instituto Ling e na bilheteria do centro cultural com preços de R$ 40 no valor inteiro e R$ 20 meia-entrada.
Com 45 anos como coreógrafa, trabalhando principalmente com a investigação da dança teatral, Carlota buscou descobrir uma nova linguagem neste trabalho. Para isso, contou com a experiência de Álvaro e Simone. Após uma vasta pesquisa, que mergulhou na cultura popular, em sua literatura, em sua música, e nas suas relações com a dança urbana, surgiu a dramaturgia sonora de Sambaracotu, colocando em cena uma provocação: como contaminar a dança urbana com a memória da formação de um corpo brasileiro.
“A composição musical estabelece um diálogo improvável entre a sonoridade registrada no início do século XX e o nosso tempo. Muito do que usamos é registro da Missão de Pesquisas Folclóricas, iniciativa de Mário de Andrade em 1937, que documentou o folclore brasileiro em diversas regiões do país”, conta RosaCosta.
“A composição musical estabelece um diálogo improvável entre a sonoridade registrada no início do século XX e o nosso tempo.”
Além da trilha sonora gravada, o espetáculo também conta com uma mistura de sons ao vivo, produzidos através da performance dos bailarinos do Canoas Coletivo de Dança com intervenções sonoras feitas com caixas, boias, câmaras de pneu e outros objetos, além do próprio corpo. “Trabalho corpo e voz sempre com música brasileira.
E o samba e outros ritmos brasileiros surgem naturalmente nos corpos, no ritmo da minha mão quando toco piano. Não me limito à voz, envolvo também o jogo corporal – bater palmas, bater pé e tirar som do próprio corpo é como evocar uma voz ancestral e intuitiva”, explica Simone.
A ideia do coletivo é que o espetáculo funcione como um manifesto, produzido desde a dimensão ética, estética e poética através de uma recomposição de movimentos da cultura de domínio popular e da pesquisa de estruturas coreográficas múltiplas. “É um trabalho de muitas perguntas, de encontrar a dança brasileira, a cultura popular”, finaliza Carlota.
Serviço
O quê: espetáculo Sambaracotu
Quando: 22, 23, 29 e 30 de novembro e 6 e 7 de dezembro (sextas-feiras, às 20h e sábados, às 18h)
Onde: Instituto Ling (Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras – Porto Alegre/RS)
Quanto: entre R$ 20 e R$ 40