Ações de formação profissional e iniciativas voltadas à economia verde foram apresentadas pelo Rio Grande do Sul no painel “Empregos Verdes e Juventude”, promovido pela Demà, por meio da Rede de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi), na sexta-feira passada (14), na COP30, em Belém do Pará. Na ocasião, foi debatido como governos e instituições estão preparando jovens para atuar em cadeias produtivas sustentáveis.
O encontro reuniu especialistas e gestores públicos, entre eles a secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, e o diretor da Demà em São Paulo, Vinicius Tondolo. Um dos focos da discussão foi a preparação das juventudes para desafios socioambientais contemporâneos, tema que ganhou destaque após a enchente que atingiu o estado em 2024.
Ecossistema de formação e empregabilidade
Ao abrir a atividade, o diretor da Demà em São Paulo, Vinicius Tondolo, explicou que a instituição constrói há três décadas um ecossistema de formação e empregabilidade voltado à economia verde. “Temos vivido a COP nos últimos três anos, buscando fortalecer o movimento global de empregos verdes, promovendo a justiça social e o empoderamento econômico”, afirmou Tondolo.
O diretor acrescentou que a organização fomentou 300 mil empregos com esse conceito no Brasil e em seis países da Europa. Tondolo também apresentou dados de um estudo com 120 mil participantes entre 2013 e 2023, apontando que 91% concluíram o ensino médio e estavam empregados ao fim do ciclo formativo, com aumento de renda de até dois salários mínimos. Outro levantamento, realizado com a Nexus, mostrou que 84% dos jovens relacionam a continuidade dos estudos ao sucesso e que oito em cada dez desejam um emprego formal.
Experiências do Rio Grande do Sul
Ao abordar escolas resilientes e formação para a economia verde, a secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, apresentou a experiência do estado na reconstrução do sistema educacional após a enchente de 2024. Ela destacou o conceito de escolas resilientes, projetadas para resistir a eventos adversos e manter atividades mesmo em cenários de crise. Raquel explicou que a Secretaria Estadual da Educação atualizou o currículo para incluir, em todas as séries, conteúdos sobre fenômenos climáticos e riscos ambientais. “Precisamos de uma educação conectada às urgências socioambientais e às demandas do mercado de trabalho”, pontuou a secretária.
Expansão da formação técnica
Segundo a secretária, o governo está ampliando a oferta de cursos técnicos alinhados à economia verde, com opções em energias renováveis, biocombustíveis e meio ambiente. Para 2026, também estão previstos cursos em agronegócios, agroindústria, agricultura, química e meio ambiente. Raquel citou ainda estudos sobre um projeto-piloto com trilhas formativas voltadas a quatro eixos econômicos do futuro: economia do cuidado, economia criativa, economia verde e economia digital. “O investimento em novos cursos técnicos é uma resposta concreta às demandas do mercado e demonstra o compromisso do governo e de parceiros setoriais em preparar as juventudes para um futuro mais verde, inovador e sustentável”, afirmou a titular da pasta estadual da educação.
Demais participantes
O painel também contou com a participação do diretor-geral da Beon ESG, Danilo Maeda, e do consultor da C.A.I.S., Bernardo Piquet. A mediação foi conduzida pelo membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República e representante da Fundação Pró-Cerrado, Paulo Souza Neto.

