Uma startup está levando tecnologia de ponta para promover a inclusão digital a produtores do Norte do Estado e na região de Caxias do Sul, com foco na produção de grãos, forrageiras e pastagens. Numa primeira etapa, a ConnectFarm tem a meta de atingir pelo menos cinco mil agricultores familiares no Rio Grande do Sul, como parte do Projeto 5K. Combinando inovação e fatores de produção, a agrotech consegue gerar um incremento de produtividade de cerca de 15%. A meta é replicar o modelo pelo país afora.
A adesão à iniciativa começou com pequenos produtores de municípios como Ronda Alta, Caxias do Sul e Crissiumal. Um deles é Fernando Maqoski, morador de Ronda Alta, que produz soja e milho e tem uma pequena criação de gado de corte. “Estamos começando o trabalho com a análise do solo, para ver o que precisa melhorar. Esperamos ter resultados melhores nas safras que virão, nos próximos anos”, expressa, destacando que o acesso às tecnologias irá aprimorar o manejo do solo, entre outros avanços. Na propriedade, Maqoski trabalha com o filho, o sobrinho e um cunhado.
O Projeto 5K consolida em uma única ferramenta, com custo acessível, as informações necessárias de vários aplicativos. A solução ajuda os agricultores familiares na tomada de decisões mais complexas — gerando, assim, incremento da produtividade. Para aderir, o produtor deve ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).
“A iniciativa trará um grande impacto social e ambiental. Vamos levar aos pequenos produtores recomendações mais assertivas, que permitam ganhos de produtividade, a exemplo do que ocorre nas propriedades de maior porte”, explica o CEO da ConnectFarm, Rodrigo Dias. “Hoje, o homem do campo é bombardeado com muitas informações, mas nem sempre elas são acessíveis ou simplificadas. O que o agricultor familiar gosta é de estar na lavoura, de cuidar da sua terra. E nós reunimos em um local todas as informações que ele precisa”, complementa.
Destaque nacional no agro
Com menos de dois anos e atuação em território nacional, a gaúcha ConnectFarm, com sedes em Cachoeira do Sul e Porto Alegre, busca ampliar a produtividade, otimizar recursos e maximizar a rentabilidade. Possui atualmente mais de 120 produtores em sua carteira de clientes, totalizando cerca de 30 mil hectares sob análise.
Um dos projetos da agrotech é o Índice de Gestão Ambiental (IGA), baseado em um algoritmo que insere atributos do solo, das plantas e do ambiente. O sistema melhora a inteligência à medida que aumenta sua base de dados, permitindo uma recomendação mais assertiva para cada ambiente da propriedade.
Este ano, a ConnectFarm venceu o Desafio Nacional de Máxima Produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), na categoria “Irrigado”. Em uma propriedade em Boa Vista das Missões, alcançou uma produtividade de 111,9 sacas de soja por hectare — enquanto a média de produção de soja no Brasil é de 54,5.
Segundo o CEO da startup, o big data será cada vez mais empregado pelas propriedades para ampliarem sua produtividade de forma sustentável. “Os dados transformam a compreensão dos processos produtivos, mudando expressivamente as propriedades”, destaca Rodrigo Dias.