O filme “Bicho Monstro”, dirigido pelo cineasta Germano de Oliveira, está entre os 16 favoritos do público na categoria Novos Diretores da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A produção foi rodada nas cidades gaúchas de Santa Maria do Herval e Morro Reuter e integra o seleto grupo de três filmes brasileiros que concorrem ao Troféu Bandeira Paulista. A premiação dos vencedores acontece na cerimônia de encerramento do evento, marcada para o dia 30 de outubro.
A trama do longa se passa em um vilarejo rural de colonização alemã e acompanha duas histórias que se entrelaçam. No presente, a pequena Ana assiste a uma peça sobre o Thiltapes, uma criatura misteriosa que habita a mata, e cuja forma ninguém conhece. Em paralelo, duzentos anos antes, um botanista alemão que pesquisa a região se depara com a mesma lenda. Ambos, em suas respectivas épocas, se lançam em uma busca pelo animal imaginário, enfrentando desafios e conflitos pessoais ao longo do caminho.
O diretor Germano de Oliveira comentou sobre sua inspiração para o enredo, que combina realismo fantástico com elementos da cultura alemã local. “Desse contato vem a ideia de trabalhar esse registro de um animal muito local, uma lenda muito contada na região, e tentar explorar um pouco essas diferentes versões que essa lenda, esse mito pode assumir”, destacou Oliveira. Segundo ele, “são muitas as formas possíveis do animal imaginário, assim como o tom com que a história pode se apresentar: desde uma brincadeira engraçada até um conto de terror”. O diretor explicou que o filme busca refletir “essa profusão de formas da mesma história e o contágio dessa narrativa através do tempo”.
O elenco de “Bicho Monstro” inclui Araci Esteves, Kamilly Wagner, Décio Worst e Carlos Alberto Klein. Este é o primeiro longa-metragem de Oliveira como diretor, conhecido até então pelo seu trabalho de montagem em projetos como o filme “7 Prisioneiros”, da Netflix, que lhe rendeu o prêmio de melhor montagem no IX Prêmio Platino do Cinema e do Audiovisual Ibero-americano. Ele também atuou como montador do longa “Tinta Bruta” (2018) e da série “Boca a Boca” (2020).
A produção é realizada pela Casa de Cinema de Porto Alegre e Vulcana Cinema, em coprodução com a Avante Filmes. A distribuição é feita pelas empresas Boulevard Filmes e Vitrine Filmes, e o projeto conta com financiamento do Fumproarte e do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).