O desafio dos lojistas é driblar a elevação dos preços e atrair os consumidores para compra de material escolar. A estimativa da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) é que os valores médios dos itens tenham sofrido uma alta de aproximadamente 30% na comparação com o ano passado.
“A procura pelos materiais aumenta tradicionalmente na segunda quinzena de janeiro e segue com força no início de fevereiro, dependendo da data de reinício das aulas em cada cidade ou instituição. Para o comerciante é fundamental que trabalhe com bastante organização nos estoques oferecendo preços e condições atrativas para amenizar o impacto da elevação dos preços”, afirma o presidente da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Ivonei Pioner.
O indicador de vendas no setor de livros, jornais, revistas e papelaria vinha caindo desde 2015 e na pandemia sofreu uma queda ainda maior. “Por isso, é relativo avaliar que houve uma retomada no ano passado, pois a curva vinha em uma descendente muito grande”, ponderou o economista da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Allyson Gois.
Na Serra gaúcha, uma pesquisa inédita da CDL Caxias do Sul identificou que consumidores investirão R$ 295 em uniformes por estudante, além de R$ 231 por mês no transporte dos filhos para o colégio. Mais de 40% dos participantes devem adquirir produtos e serviços no início de fevereiro. Papelarias, livrarias, lojas de uniforme e o setor de transporte devem sentir o grande fluxo de consumidores pelas ruas de Caxias do Sul. O levantamento foi realizado com 777 moradores da cidade;
O poder de compra dos consumidores, prejudicado pela alta da inflação, pode influenciar na decisão da escolha dos produtos e serviços relacionados à volta às aulas. De acordo com o estudo da CDL Caxias, neste ano o gasto médio, por estudante, em materiais escolares deve chegar a R$ 236,57, enquanto que em uniformes alcança R$ 295,63 por aluno. Já no serviço de transporte escolar, a projeção mensal é de R$ 231,80.
“Para 53,6% dos participantes, o investimento necessário para a aquisição de materiais escolares será maior neste ano em relação ao ano passado, e isso está diretamente ligado a alta da inflação. Um levantamento da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares, por exemplo, mostra que o preço do material escolar está entre 15% a 30% mais caro no país”, contextualiza Cleber Figueredo, coordenador de Tecnologia, Informação e Inovação da CDL Caxias do Sul. O consumidor já percebe esse aumento nos preços, e sinalizou no estudo que, apesar de querer adquirir tudo em um só lugar, pesquisa antes (62,4%) ou fraciona a compra em lugares onde encontra os produtos mais baratos (27,6%).