Pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC) passarão a contar com medicamento inovador para o início do tratamento da doença. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o uso em primeira linha de ibrutinibe. Isto significa que os pacientes já poderão se beneficiar do medicamento no primeiro tratamento, sem a necessidade de utilizar uma terapia prévia. Aprovado em regime de priorização e lançado no Brasil em 2015, ibrutinibe estava liberado, até então, somente para uso após perda de resposta de um tratamento inicial ou em casos de recaída.
A aprovação baseia-se em dados do estudo RESONATE-2, que comparou ibrutinibe com clorambucil, agente quimioterápico usado tradicionalmente no tratamento de LLC. Após um acompanhamento de 30 meses, 84% dos pacientes que receberam ibrutinibe continuavam sem progressão da doença versus 28% dos pacientes tratados com clorambucil1.
Sobre a leucemia linfocítica crônica
A leucemia linfocítica crônica (LLC) é um câncer do sangue, de crescimento lento, que surge a partir de células B, um tipo de glóbulo branco (linfócito) que se origina na medula óssea[1],[2]. A LLC é predominantemente uma doença dos idosos, com mediana de idade de 71 anos, no momento do diagnóstico[3].
Sobre ibrutinibe
Ibrutinibe funciona bloqueando uma proteína no corpo (tirosina-quinase de Bruton – BTK) que ajuda na sobrevivência da célula maligna. Por meio do bloqueio dessa proteína, o medicamento ajuda a matar e a reduzir o número de células cancerosas e pode ainda retardar a disseminação do câncer. O medicamento é um antineoplásico oral e pode ser administrado em casa pelo próprio paciente, sem necessidade de internação. É indicado para adultos em tratamento de LLC, incluindo o Linfoma Linfocítico de Pequenas Células (LLPC), de Linfoma de Células do Manto (LCM), de Macroglobulinemia de Waldenström e Linfoma de Zona Marginal.