A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) oficializou a destinação de uma ambulância histórica para as práticas do curso de Medicina nesta segunda-feira (15), no campus Canoas. Reformado e adaptado para simular atendimentos do Samu, o veículo torna a Ulbra a primeira universidade do Brasil a contar com uma ambulância própria para uso acadêmico, ampliando o centro de simulação já existente, que reproduz todo o circuito de atendimento hospitalar.
O veículo é um modelo americano Ford F150 XL S, de 1991, considerado raro no país e conhecido por aparições em produções cinematográficas. Na cor branca, com capacidade para cinco pessoas, suspensão ajustável e baú projetado como UTI móvel, a ambulância traz características incomuns às versões brasileiras. Adquirida pela Ulbra em 1996, foi utilizada em atendimentos domiciliares, no Hospital Álvaro Alvim, em Porto Alegre, no hospital da instituição em Tramandaí e em treinamentos de Trauma e Emergência.
A restauração durou 40 dias e foi conduzida pelo profissional Renan Carvalho da Cruz. “Pegamos essa ambulância que estava há praticamente 15 anos parada e restauramos quase todas as peças, praticamente 100% de restauração. As peças estavam boas, porém velhas, mas é um veículo com material americano, diferenciado, e isso facilitou a restauração”, explicou o restaurador.
Avanço na formação médica
Para o professor Rogério Fett Schneider, docente do curso de Medicina e coordenador do Centro de Simulação da Ulbra, a integração do veículo representa um reforço importante na capacitação prática. “Hoje, com o advento do Samu, temos muitas ocorrências, tanto emergências clínicas quanto traumáticas, e o atendimento pré-hospitalar é fundamental. Muitos alunos estão atuando em serviços de regulação do Samu, e o cenário prático vai contemplar também esse contexto, a regulação, o atendimento na rua, o resgate, com todas as formas de urgência e emergência”, afirmou Schneider.
Simulação e segurança do paciente
O coordenador do curso de Medicina da Ulbra, Marcelo Guerra, destacou o impacto da iniciativa na formação dos estudantes. “Estamos cada vez mais integrando a simulação, que é toda a atividade que o aluno faz antes de chegar ao paciente verdadeiro. Então, a simulação tem muito a ver com a segurança dos nossos pacientes. O aluno primeiro treina em ambiente simulado, controlado, e se capacita para quando realmente tiver um caso, saber atuar nessa circunstância”, pontuou Guerra.




