O Dia da Criança está entre uma das cinco datas mais importantes para as vendas do comercio no Brasil. Depois do resultado alcançado no ano passado (quando o comércio registrou o melhor Dia da Criança, desde 2013), as expectativas dos empresários para esse ano permanecem positivas. Ainda mais no contexto da pandemia, onde os pais estão tendo de manter seus filhos em isolamento por mais de seis meses. Com isso, o cuidado com a saúde mental e o estado emocional das crianças assumiu uma importância tão significativa quanto a própria prevenção da Covid-19. Assim, as empresas dos setores de comércio e serviço acreditam que as famílias devem buscar oferecer aos seus filhos, nesse dia da criança, uma experiência que contribua para aliviar o estresse causado pela pandemia.
A boa expectativa do setor se justifica. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) mostram que, com o isolamento social, cresceu a procura por jogos de tabuleiros, quebra-cabeças e outros brinquedos. Assim, a estimativa dos fabricantes, em 2020, é manter um ritmo de crescimento de pelo menos 3% em relação ao ano passado, quando a alta
registrada foi de 6%.
Tendências para o mercado
Para o gerente de Atendimento ao Cliente do Sebrae, Enio Pinto, algumas tendências já eram percebidas desde o ano passado e ganharam ainda mais força nesse período de pandemia. “Os filhos da Geração Millennial (a chamada Geração Alpha – crianças nascidas a partir de 2010), valorizam a experiência muito mais que a posse de um bem. Assim, ao contrário das gerações passadas, onde o fim ou resultado era mais importante que a jornada, as crianças e adolescentes estão em busca dessa vivência personalizada. Construir o próprio brinquedo a partir de um kit ou montar em casa o próprio hambúrguer, são exemplos desse novo modelo de consumo”, comenta Enio. “Seja qual for o produto ou serviço que a empresa vai entregar, o peso da experiência será cada vez maior”, conclui.
Outra tendência que foi consolidada pela pandemia e deve permanecer como um comportamento do consumidor após a crise é a transformação digital. “As empresas precisam estar presentes em todos os canais possíveis e oferecer uma experiência de compra com zero fricção. Isso significa que o cliente não deve ter desgaste de nenhum tipo. Ele quer escolher o produto com rapidez e pagar com facilidade, sem burocracia”, Comenta Enio Pinto.
O cuidado com a higiene é outro comportamento do consumidor que deve perdurar – pelo menos até que a crise da Covid-19 esteja superada. Isso vale para a higiene da equipe, do ambiente e no cuidado com o manuseio dos produtos. “E não basta apenas adotar esses cuidados todos. É fundamental que o cliente perceba que a higiene é – de fato – uma preocupação da empresa. Para isso, a comunicação é fundamental. Desde as redes sociais até o ambiente da loja, esse cuidado precisa ser visto”, diz Enio Pinto.
Resultado surpreende
Nelson Dominguez abriu sua loja de brinquedos em São Paulo, no último mês de julho, e está bastante otimista com as vendas. O empresário conta que durante 12 anos teve uma loja de brinquedos em Bauru, até que resolveu mudar-se para a capital. A pandemia frustrou seu plano inicial, que era inaugurar a loja no começo do ano. Mas ele comenta que, apesar de ter aberto a empresa há poucos meses, os resultados surpreenderam. Nelson acredita que o fato dos pais estarem mais tempo em casa com as crianças fez com que eles se preocupassem mais com o bem-estar e com o lazer dos filhos.
Para atrair os clientes, o empresário tem investido bastante nas redes sociais. Para o dia das crianças ele planejou uma ação com influenciadores digitais e uma campanha promocional via Whatsapp.
Nelson ressalta que o otimismo dele é compartilhado também por outros lojistas com os quais ele se relaciona. Na próxima semana, o empresário vai contratar a primeira funcionária para a loja. “Até agora, éramos apenas eu, minha esposa e minha filha. Mas com o dia da criança e a proximidade também do Natal, vimos a necessidade de ampliar a equipe para dar conta do
atendimento”, conclui confiante.
Dia Nacional da Micro e da Pequena Empresa
O dia 5 de outubro celebra o trabalho dos mais de 17 milhões de empreendedores brasileiros que com seus pequenos negócios são responsáveis por movimentar a economia do país. Segundo dados do Sebrae, as micro e pequenas empresas representam 99% de todas empresas brasileiras e respondem por quase 30% do PIB e 55% do estoque de empregos formais