“Com cerca de sete anos meu pai me ensinou as regras, jogávamos alguns domingos na casa da minha vó e, aos nove, participei do meu primeiro campeonato”. Assim começou a relação do hamburguense estudante de engenharia eletrônica, Ian Fischer Schilling, de 23 anos, com o xadrez que o fez campeão da edição online do Aberto Campo Bom de Xadrez, promovido pela prefeitura, no mês de junho. Morando em Bordeaux, na França, desde setembro de 2019, ele conta que ficou sabendo da competição promovida pela Prefeitura pelas redes sociais e logo se interessou em participar.
O prefeito Luciano Orsi diz que a ideia da versão on-line da disputa faz parte de uma Campo Bom que não para e busca sempre por maneiras de se adequar ao novo. “O ambiente virtual é uma forte tendência de aderência, diante do cenário de pandemia, sabendo que temos ótimos enxadristas na nossa cidade, utilizamos esse recurso para poder manter a competição”, destacou. O secretário municipal de Esporte e Lazer, Rodrigo da Silva, diz que o xadrez sempre foi um destaque na população de Campo Bom. “E essa versão virtual nos permitiu dar continuidade à competição da modalidade”, afirmou.
Seis vezes campeão gaúcho, duas sub-14, duas sub-16 e duas sub-18, Ian participou de diversos campeonatos e conta que o resultado vem de muita prática. “Com 12 anos fiquei em terceiro lugar em um campeonato de Novo Hamburgo, em que conheci o professor de xadrez Marcelo Konrath e comecei a ter aulas com ele”, explica Schilling. A partir daí, o interesse só aumentou, somando práticas on-line e uma aula presencial a cada duas semanas, em média. Ian também relata que estava um tempo sem praticar e foi recentemente que voltou a jogar com mais frequência, estudando e jogando bastante online.
Aprender a perder
Para ele, além de aprimorar sentidos como criatividade e raciocínio lógico, o xadrez trouxe a lição de aprender a perder. “Acredito que o xadrez me ajudou muito com minha concentração, raciocínio lógico e criatividade, além de ter me ensinado que perder é parte do jogo e respeitar o adversário”, pontua. Sobre a iniciativa da Prefeitura, que permitiu o enxadrista participar mesmo de outro continente, ele avalia que o formato deve agregar cada vez mais participantes, tornando a dinâmica mais competitiva. “Achei muito legal a iniciativa, e mal posso esperar para participar de próximos campeonatos”, finaliza. A premiação foi entregue pelo secretário Silva ao pai de Ian, o engenheiro Roberto Afonso Schilling, 61 anos.