Soprano Tati Helene canta com a Ospa, sob regência do maestro japonês Kiyotaka Teraoka

Por Stephany Foscarini

A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), apresenta uma das grandes obras do genial compositor Richard Strauss, “Uma Vida de Herói”, no concerto homônimo marcado para sábado, 28, às 17h. A apresentação ocorre na Casa da Ospa, em Porto Alegre, e conta com transmissão ao vivo pelo YouTube. Como regente convidado, a Ospa recebe um parceiro de longa data, o maestro japonês Kiyotaka Teraoka. Nesta semana, a solista é a cantora brasileira Tati Helene, que interpreta “La Mort de Cléopâtre”, de Hector Berlioz. Anunciada no início da temporada, a cantora espanhola Nancy Fabiola Herrera teve de cancelar a sua vinda por motivos de saúde. Os ingressos custam entre R$ 10 e R$ 40 no site.

No sábado, o programa do concerto será apresentado ao público pela pianista, compositora e pesquisadora Catarina Domenici. Dentro do projeto Notas de Concerto, às 16h, a musicista explica, contextualiza e comenta as peças que serão executadas pela Ospa logo depois, às 17h.

Soprano de destaque no cenário lírico brasileiro, Tati Helene fará sua primeira apresentação com a Ospa. Caberá à cantora interpretar “La Mort de Cléopâtre”, peça escrita em 1929 pelo compositor francês Hector Berlioz (1803 – 1869). Sobre a composição, Tati comenta que “explora de maneira muito interessante a combinação do colorido da orquestra com a de uma voz de soprano dramático”.

O maestro japonês Kiyotaka Teraoka já regeu a Ospa duas dezenas de vezes desde 2003 e cultiva uma relação próxima com a capital gaúcha. “Prometo que este concerto será uma experiência extraordinária para o público de Porto Alegre, de quem eu já estava com muitas saudades!”, antecipa o regente.

O compositor, pianista e maestro alemão Richard Strauss (1864 – 1949) talvez seja mais conhecido hoje pela introdução de “Assim falou Zarathustra”, usada como trilha do filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick. Mas seu legado é vasto, compreendendo óperas e poemas sinfônicos, entre eles “Uma Vida de Herói”, no qual o compositor traduz em música a sua própria trajetória. Ele mesmo regeu a estreia em Frankfurt, em 1899. Ao longo da obra, a história de sua vida é contada em seis partes, começando por uma apresentação do herói (considerado o próprio Strauss), seguida por seus adversários (possivelmente os críticos de sua obra), sua companheira (um solo de violino representaria a esposa, Pauline Strauss), o campo de batalha (dificuldades da vida como artista), suas obras (com citações a diversas composições de Strauss) e, por fim, a conclusão. Bastante exigente para a orquestra, “Uma Vida de Herói” é considerada um exercício de virtuosismo.

Sobre Kiyotaka Teraoka (regente)

Depois de estudar contrabaixo em Tóquio, Kiyotaka Teraoka foi aluno de regência de Uros Lajovic no Conservatório de Viena e aprofundou seu aprendizado em masterclasses ministradas pelos maestros Chung, Temirkanov, Karabtchevsky, N. Järvi e Giulini. Em 2000, venceu o primeiro prêmio do Concurso Internacional de Regência Dimitri Mitropoulos, em Atenas. Desde então, regeu muitas orquestras, incluindo a Filarmônica de São Petersburgo, a Orquestra da Câmara de Viena, a Netherlands Radio Symphony Orchestra e a English Chamber Orchestra. Na Orquestra Sinfônica de Osaka, atuou como maestro residente entre 2004 e 2011, e maestro permanente entre 2011 e 2019. Atualmente é conselheiro e regente da Orquestra Sinfônica de Waseda, em Tóquio.

Kiyotaka Teraoka (Foto: Giovanna Pozzer)

Sobre Tati Helene (soprano)

Eleita a melhor cantora de 2019 pelo site movimento.com, Helene já trabalhou com importantes nomes da cena lírica europeia, como os diretores de cena Peter Konwitschny, Bepi Morassi e Stefano Vizioli, e os maestros Michael Radulescu da Áustria e Alessandro Sangiorgi. Na Itália, foi bolsista do governo italiano e do Conservatório Antonio Buzzolla em função do seu mestrado em performance. Atuou em alguns dos principais palcos do país, como o Teatro Malibran de Veneza, o Teatro Comunale de Rovigo e o Teatro Olímpico de Vicenza. No Brasil, participou do projeto Grandes Vozes ao lado de Renato Bruson e Graciela Araya, artistas consagrados do meio lírico. Foi a protagonista das estreias brasileiras da ópera ‘‘Monteverdi L’incoronazione di Poppea’’ (Planetário do Rio de Janeiro, 2014), da ópera ‘‘Vanessa de Barber’’ (Teatro Adamastor, Guarulhos) e da estreia mundial de ‘‘O Peru de Natal’’ de Martinelli (Theatro São Pedro), ambas em 2019.

Tati Helene (Foto: GalOppido)

Mais informações no site.

Foto: Vitória Proença/Divulgação | Fonte: Assessoria
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