Segurança Pública foi tema do 23º Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL

Por Jonathan da Silva

A apresentação do 23º Boletim Socioeconômico Trimestral, que teve como bloco temático a Segurança Pública, foi realizada pela Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo (ACIST-SL) nesta sexta-feira (23). A integração entre as forças de Segurança Pública e a importância na obtenção e no monitoramento dos dados sobre as diversas ocorrências que resultam em ações efetivas no combate à criminalidade foram os destaques do evento. O evento contou com a presença das instituições de Segurança Pública do município.

Mediado pelo diretor de Segurança Pública da ACIST-SL, Rogério Daniel da Silva, o painel contou com a participação de Giselda Matheus, secretária Municipal de Segurança Pública e Defesa Comunitária, do tenente-coronel Flori Chesani Jr, comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar e de Eduardo Hartz, delegado Regional da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana. Na sequência, houve a participação de Michele Arigony, delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e de Bibiana Menezes, capitã do 25º Batalhão de Polícia Militar.

Também prestigiaram Jaqueline Hofler, diretora do Foro da Comarca de São Leopoldo; Marcela Romera, promotora de Justiça; Cibel Altamiranda Savi, delegada a 1ª Delegacia de Polícia e da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento; Ayrton Martins Junior, delegado da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO); André Serrão, delegado da 2ª Delegacia de Polícia; Fernanda Camargo, diretora do Instituto Penal de São Leopoldo, José Carlos Pedrozo, comandante da Guarda Civil Municipal; Sérgio Dienstmann, representante do Sindicontábil. Diretores e associados da ACIST-SL também acompanharam a apresentação do BST.

A partir dos dados coletados pelo Grupo de Pesquisa Competitividade e Economia Internacional da Unisinos, a ACIST-SL desenvolveu dois índices de Violência de São Leopoldo, que compreendem as principais estatísticas dos indicadores criminais e de violência contra mulher e disponibilizadas pela Secretaria de Segurança Pública, que são Latrocínio, Homicídio, Furtos, Roubos, Roubos de Veículos, Armas e Munições, Feminicídio, Estupro, Lesão Corporal e Ameaça.

A diferença dos dois índices é que um contempla os crimes de estelionato e furto e outro não considera o estelionato. O ano base para o cálculo é 2015 a partir de 100. Em 2023, primeiro índice (sem estelionato e furto) ficou em 48,2, enquanto em 2022 ficou em 51,1 e em 2021, era de 60. “Observa-se uma redução gradual do indicador, pois vários crimes também tiveram queda”, aponta economista Marcos Lélis, coordenador técnico do Boletim.

Já o índice que exclui o estelionato apresenta um arco muito maior. Em 2023, ficou em 85,5, no ano anterior 97,3 e em 2021, 91,9. “Os furtos são os grandes responsáveis pelo índice tão elevados”, conclui Lélis. O Boletim mostrou que houve um aumento na taxa anual dos furtos de 1,4% e uma queda no comparativo 2023/2022, que ficou em 13,9% negativo. Em 2028, foram 3.127 ocorrências registradas conta 3.995 em 2022 e 3.441 em 2023.

A redução é resultado, conforme o delegado Eduardo Hartz, dos esforços dos setores de inteligência tanto da Polícia Civil, Brigada Militar e Guarda Civil Municipal, que monitoram as ocorrências diariamente tanto por boletins como pelo cercamento eletrônico.

O comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Flori Chesani Júnior, destaca que a partir do RS Seguro, programa transversal adotado pelo governo do Rio Grande do Sul na área de segurança pública implantado em 2019, tem apresentando resultados importantes contra a criminalidade. Com atenção à inteligência e ao levantamento e análise dos dados, são realizadas ações específicas nas regiões mais atingidas. Ele exemplificou com as operações no Bairro Scharlau, onde havia grande ocorrência de roubas a veículos.

Violência contra a mulher

Um dos recortes mais destacados no evento foi sobre os dados relativos à violência contra a mulher e a importância da rede de apoio e proteção que São Leopoldo possui. Em 2023, São Leopoldo registrou três tentativas de feminicídio, contra quatro em 2022 e 12 em 2028. O feminicídio tentado é definido por ser um homicídio doloso não consumado praticado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino.

O feminicídio, que é o homicídio doloso praticado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, também apresentou redução. Tanto em 2023 como em 2022 foi registrado um caso.

Porém, um dado preocupante que o Boletim revelou foi em relação ao estupro. De 2022 a 2023, cresceu 6,5%. No ano passado, foram registrados 49 ocorrências contra 46 no ano anterior. Em 2018, foram 30 episódios.

As ameaças contra a mulher – ação, fato, gesto ou palavra de intimidação – também são um sinal de alerta. Mesmo em decréscimo, os números são muito altos. Em 2023, os órgãos registraram 549 denúncias, sendo quem em 2022 foram 599 casos. Em 2028, chegou a 740.

A delegada Michele Arigony, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, refletiu que estes dados são alarmantes e que podem ser subnotificados. “Muitas vítimas ainda não fazem a ocorrência. Mas as que recebemos são imediatamente investigadas para sua ampla proteção”, pontua. Ela menciona ainda a importante atuação do Ministério Público, que responde de imediato às solicitações de medidas protetivas e de prisão preventiva dos agressores. “A repressão também é essencial para evitar tragédias maiores”. Em janeiro, foram realizadas 16 prisões e em fevereiro, 13.

A capitã do 25º Batalhão da Polícia Militar, Bibiana Menezes, revelou que o fone 190 da BM recebe cerca de sete chamadas sobre violência doméstica a cada 12 horas. Ela aponta ainda que a Patrulha Maria da Penha tem em torno de 1,5 mil mulheres cadastradas com pedido de medida protetiva e que recebem proteção e que são recebidas em torno de outras 300 medidas por mês. “Este número é muito alto. E é um crime silencioso, no qual toda a sociedade precisa agir”, alerta.

A secretária municipal de Segurança Pública, Giselda Matheus, também salientou a integração e o apoio que a pasta oferece para demais órgãos. Ela apontou que em 2022, a Guarda Municipal prestou 260 apoios ao SAMU e 308 atendimentos a secretarias municipais e outros órgãos de segurança pública. Realizou 158 encaminhamentos à Delegacia de Polícia e ajudou a recuperar 43 veículos roubados e atuou em 72 furtos simples.

O presidente da ACIST-SL, Daniel Klafke, avaliou o evento como muito positivo e propôs a criação de metas para ajudar na redução dos índices de violência apresentados no Boletim. A sugestão vem ao encontro de iniciativas que já estão sendo executadas, como a campanha para incentivar a população a registrar o boletim de ocorrência e a divulgação da cartilha que alerta sobre os golpes praticados por estelionatários.

O Boletim Trimestral Socioeconômico da ACIST-SL também apresenta os dados dos municípios de Gravataí, Canoas e Novo Hamburgo. São cidades que apresentem características demográficas e de localização geográfica similares às observadas em São Leopoldo. Estão localizadas na Região Metropolitana de Porto Alegre e têm mais de 200 mil habitantes.

O conteúdo completo do Boletim pode ser acessado no website https://acistsl.com.br/boletim-socieconomico.

O patrocínio do Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL foi da Sicredi Pioneira, Stihl, SKA Automação de Engenharias, Frontec, Vila Rica, Datwyler e Colégio Sinodal.

Fotos: Divulgação | Fonte: Assessoria
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