O tabagismo é uma doença causada pela dependência química da nicotina e que, há muito tempo, vem sendo combatida pelos médicos. Apesar de haver muito trabalho no esforço de conscientização por entidades médicas e profissionais, há uma nova preocupação no cenário atual que é o cigarro eletrônico, que vem sendo amplamente usado, especialmente por jovens e que acabam servindo como porta de entrada para o fumo tradicional.
Segundo artigo feito por pesquisadores da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o uso de cigarro eletrônico aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação de cigarro convencional. Pelo menos 1 a cada 5 jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos no Brasil, ou seja, 19,7%.
A diferença é que no cigarro eletrônico a nicotina é volatilizada enquanto no cigarro tradicional há a queima, feita por combustão. Porém em ambos os casos acontece a absorção da nicotina que vai trazer malefícios. O cigarro eletrônico está proibido no Brasil. Porém, é facilmente encontrado e percebemos um número muito grande de jovens aderindo, o que nos preocupa muito. E não se enganem: o aroma mais agradável não impede a ação da nicotina sobre nosso organismo”.
“A diferença é que no cigarro eletrônico a nicotina é volatilizada enquanto no cigarro tradicional há a queima, feita por combustão. Porém em ambos os casos acontece a absorção da nicotina que vai trazer malefícios. O cigarro eletrônico está proibido no Brasil. Porém, é facilmente encontrado e percebemos um número muito grande de jovens aderindo, o que nos preocupa muito. E não se enganem: o aroma mais agradável não impede a ação da nicotina sobre nosso organismo”, alertou o médico cirurgião oncológico, diretor de comunicação da Amrigs, Marcos André dos Santos.
As sociedades médicas brasileiras esperam que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decida ainda este ano manter proibida a importação e venda de cigarros eletrônicos no Brasil. Em 2009, a agência publicou resolução proibindo os chamados Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), que agora passam por processo de discussão e atualização de informações técnicas.
A AMB, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), têm se unido em torno da proibição do comércio dos cigarros eletrônicos. Essas entidades alertaram a Anvisa sobre os prejuízos desse aparelho e têm lutado contra a informação falsa dos fabricantes, que afirmam que o cigarro eletrônico é alternativa mais saudável ao cigarro convencional.
Esse tipo de cigarro, chamado de vapers pelos fabricantes, na intenção de associar à figura do cigarro, contém uma série de substâncias nocivas e cancerígenas. Eles trazem, em sua composição, substâncias como nicotina, propilenoglicol e glicerol, ambos irritantes crônicos; acetona, etilenoglicol, formaldeído, entre outros produtos cancerígenas e metais pesados (níquel, chumbo, cádmio, ferro, sódio e alumínio). Para atrair consumidores, são incluídos aditivos e aromatizantes como tabaco, mentol, chocolate, café e álcool.
Todos nós sabemos os malefícios que o tabagismo causa à nossa saúde. O cigarro, independente de sua característica, é um fator promotor de tumores malignos. Entre os mais comuns estão o câncer de boca e de laringe. Além disso, causa uma série de complicações pulmonares como enfisema pulmonar e doenças cardíacas. Portanto, estamos falando de um sério problema de saúde pública”.
“Todos nós sabemos os malefícios que o tabagismo causa à nossa saúde. O cigarro, independente de sua característica, é um fator promotor de tumores malignos. Entre os mais comuns estão o câncer de boca e de laringe. Além disso, causa uma série de complicações pulmonares como enfisema pulmonar e doenças cardíacas. Portanto, estamos falando de um sério problema de saúde pública”, finalizou.
Orientação para quem quer parar de fumar
A Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), em parceria com a Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio Grande do Sul, reforça algumas orientações para quem está tentando parar de fumar. Os sintomas de abstinência do cigarro são transitórios e passageiros. A síndrome de abstinência da nicotina é um sinal de que o organismo está voltando a funcionar normalmente.
Você poderá sentir dor de cabeça, irritabilidade, dificuldade de concentração, ansiedade, alteração do sono e aumento de apetite. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a intensidade dos sintomas de ficar sem o cigarro variam de pessoa para pessoa, considerando também o nível de dependência. Mas eles passam e são parte do caminho na luta de quem quer parar de fumar.
Dicas do INCA para lidar com a síndrome de abstinência
- Não ter cigarro em casa;
- Evitar álcool e café;
- Fazer exercícios e se alimentar bem;
- Pensar nos benefícios.
Ao parar de fumar, os benefícios à saúde são quase imediatos, conforme explicado pelo INCA:
- Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
- Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue;
- Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
- Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor;
- Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida;
- Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora;
- Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade;
- Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.