O cuidado pré-natal e obstétrico projetado para a eventualidade de termos casos de Covid-19 no país vem sendo baseado no conhecimento referente ao H1N1, considerando suas diferenças. A Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) reforça a importância, neste momento, dos pacientes seguirem atentamente às orientações de seus médicos.
O diretor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (SOGIRGS), Breno José Acauan Filho, ressalta mudanças que foram apontadas pela entidade nacional, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), e que auxiliam nesse acompanhamento.
Uma das normativas diz respeito à presença de acompanhantes, visitantes e doulas no momento do parto. O objetivo é diminuir ao máximo o número de pessoas circulando em ambiente hospitalar. A presença de acompanhante será permitida conforme regras de cada instituição, sendo recomendável que seja no máximo um por paciente durante toda internação, com idade entre 18 e 59 anos, sem sintomas gripais e nem contato com indivíduos com sintomas gripais nos últimos 14 dias que antecedem a internação, residir no mesmo domicílio que a parturiente e não possuir doenças crônicas. O acompanhante deve utilizar máscara cirúrgica e orientado quanto aos cuidados gerais de contato e higienização. Devido ao isolamento social preconizado, não é recomendada a presença de doulas, fotógrafos e visitantes durante a internação hospitalar, pois o aumento do número de pessoas circulando amplia as chances de contaminação dessas pessoas, de pacientes internadas e da equipe de saúde.
Nenhum estudo até o momento demonstrou que parto em ambiente não hospitalar seja mais seguro em decorrência da pandemia. A Febrasgo reforça que o ambiente hospitalar é o mais adequado para diminuir a morbimortalidade materna e perinatal, inclusive em gestantes assintomáticas e de risco habitual. As maternidades e hospitais adotam normas de segurança e cuidados específicos para redução do risco de transmissão de doenças. É importante salientar que pacientes suspeitas ou confirmadas para COVID-19 devem ser internadas em hospitais de referência, com maior nível de complexidade para os eventuais casos de descompensações materna e/ou fetais. Não se recomenda o parto de mulheres suspeitas ou confirmadas com Covid-19 em domicílios ou em Centros de Parto Normal (CPN).
Já em relação à amamentação, considerando os inúmeros benefícios da amamentação e a ausência, até o momento, de transmissão do SARS-CoV-2 por essa via, recomenda-se o início e a manutenção do aleitamento materno, desde que a paciente esteja em boas condições clínicas. Ressalta-se que precauções deverão ser adotadas: higienização correta das mãos, o uso de máscara cirúrgica pela lactante durante todo o tempo, evitando falar e lavagem das mãos entre as mamadas.
Caso a mãe esteja em UTI e deseje amamentar, recomenda-se que o seu leite seja extraído e ofertado ao RN. Em caso de condições maternas graves, cuidado deve ser tomado para que não haja ingurgitamento mamário. Se necessárias, ordenhas devem ser realizadas.