Médico do Hospital Moinhos de Vento participa de publicação sobre complicações da Covid-19

Por Gabrielle Pacheco

A busca por orientações para o tratamento de uma das mais graves complicações da Covid-19 – a alteração da coagulação do sangue que pode levar à trombose e, em alguns casos, à embolia pulmonar – reuniu um grupo de pesquisadores da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH) e do Comitê de Trombose e Hemostasia da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. Médicos que são referência em diversas instituições brasileiras em áreas como cirurgia vascular, pneumologia, cardiologia, hematologia, neurologia e de outras especialidades produziram um guia com recomendações baseadas nas melhores evidências revisadas até o momento.

Esse material deu origem ao artigo Orientações sobre Diagnóstico, Prevenção e Tratamento das Complicações Tromboembólicas na Covid-19: Posição da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia e do Comitê de Trombose e Hemostasia da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. O texto foi publicado recentemente na revista Hematology Transfusion and Cell Therapy.

Um dos autores é o cirurgião vascular Marcelo Melzer Teruchkin, membro do Laboratório de Doenças Vasculares do Hospital Moinhos de Vento e que faz parte da SBTH. Ele foi o único médico de uma instituição gaúcha a participar da publicação que tem o objetivo de auxiliar os profissionais que estão na linha de frente do atendimento aos casos de coronavírus. “O artigo surgiu para reunir, de forma fácil e organizada, uma série de referências disponíveis. O cenário da pandemia é muito dinâmico. Os estudos estão em andamento e as informações precisam ser atualizadas em tempo real”, observa.

Alto risco

Segundo Marcelo, conforme a progressão da infecção pelo Covid-19, pode ocorrer uma alteração da cascata da coagulação do sangue. Isso acaba gerando um número considerável de casos de tromboses, podendo evoluir para uma situação crítica que é a embolia pulmonar.

“O risco de tromboembolismo, em pacientes hospitalizados, pode variar entre 15% e 40%, podendo chegar a 70% em pacientes internados em UTI.”

Conforme o cirurgião vascular, quando ainda se acompanhava as notícias da evolução do coronavírus na China e depois nos países europeus, já havia relatos desse tipo de complicação. A elevação de um elemento sanguíneo conhecido com Dímero-D, que está presente na maioria dos casos de trombose, era observada em muitos pacientes infectados pelo Covid-19. O médico esclarece que essa complicação não está associada a problemas vasculares preexistentes, mas sim ao próprio agravamento do quadro infeccioso.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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