Médico de formação, artista plástico relata como a pandemia serviu de inspiração para criar esculturas em homenagem às vítimas da COVID-19

Por Felipe Schwartzhaupt

A anatomia humana e a ficção dos filmes da década de 80 estão entre as principais inspirações de Paulo Favalli para criar suas esculturas. Formado em Medicina, o também artista plástico enxerga hoje a confecção de obras como uma atividade paralela às suas atividades na saúde. Na última sexta-feira (26), Favalli ministrou uma palestra sobre o desafio de produzir peças para o Memorial da Gratidão AMRIGS, trabalho desenvolvido em homenagem às vítimas da COVID-19 e aos profissionais da saúde que atuaram na linha de frente da pandemia.

O encontro com artistas e estudantes de medicina ocorreu no Foyer da Associação Médica do Rio Grande do Sul. Ao relembrar durante a explanação sobre o processo de criação do material, o artista que também é cirurgião plástico, disse que abriu mão do trabalho na sua profissão de origem no período de produção. 

O grande desafio foi criar alguns elementos que pudessem sintetizar e que fossem compartilhados com o público, que resumisse a pandemia em imagens.

“O grande desafio foi criar alguns elementos que pudessem sintetizar e que fossem compartilhados com o público, que resumisse a pandemia em imagens. Cheguei a abrir mão de algumas das minhas atividades na medicina para poder me dedicar mais a esse projeto. Vamos traçando certos planos de carreira ao longo da vida e eu jamais esperava poder fazer algo assim tão rápido”, conta Favalli.

As três esculturas do memorial retratam momentos vividos no auge da pandemia com base em um processo artístico de extrema elaboração e complexa realização. O projeto, desenvolvido em painéis de bronze em alto relevo, narra aspectos fundamentais a respeito do momento pandêmico mais agressivo que o mundo viveu. Na obra de arte, a Morte representa o cenário negativo, mas real, que deve ser enfrentado; a Ciência representa a busca por uma solução; e a Cura, a volta à vida. 

“Eu precisava, através de algumas figuras, passar uma mensagem sobre o que foi a pandemia, no sentido de homenagear os que morreram, os que buscaram as vacinas, e os que conseguiram se curar e curar pessoas”, detalhou Paulo Favalli.

Ao final do evento, Favalli respondeu perguntas de estudantes da Liga Acadêmica de Medicina Narrativa e História da Medicina da PUCRS e também a artistas e professores presentes na palestra.

Inaugurado em dezembro de 2021, o Memorial da Gratidão AMRIGS é aberto ao público e pode ser visitado na sede da entidade (Av. Ipiranga, 5311 – Porto Alegre/RS) de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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