Horta comunitária de escola agrícola de Cachoeira do Sul passa a produzir mel

Por Amanda Krohn

A horta comunitária cultivada por alunos da escola técnico agrícola Nossa Senhora da Conceição, de Cachoeira do Sul (RS) ganhou recentemente um meliponário. A expectativa é de que os dez ninhos de abelhas nativas produzam 900 quilos de mel até 2023. A produção será destinada para entidades sociais, além de reforçar a merenda escolar dos 150 alunos da instituição. A horta comunitária já beneficiou quase 5 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social com mais de três toneladas de alimentos, entre legumes, verduras e hortaliças biofortificadas.

A iniciativa para a proliferação de colmeias, batizada de Connectbzzz, busca aproximar os estudantes do manejo adequado de abelhas nativas (sem ferrão), com a construção do meliponário, e africanas. Com o apoio da Bayer, que fez a doação de R$ 15 mil para o custeio do projeto, foram instalados ninhos de abelhas das espécies Mandaçaia e Jataí. Além disso, os alunos contam com equipamentos de proteção como macacões, máscaras, fumigadores e luvas para o manejo e extração do mel das colmeias africanas.

O projeto Cooperar & Crescer, que tem a parceria da Agtech Connectfarm, que fornece suporte financeiro e técnico, conta ainda com o projeto Mesa Brasil, do Sesc, que destina, entre entidades assistenciais, os alimentos biofortificados, com até três vezes mais nutrientes que os comuns, cultivados na horta comunitária. As sementes são fornecidas pela rede Biofort, da Embrapa. A ação no Rio Grande do Sul recria um modelo de sucesso no Brasil como alternativa viável para combater a desnutrição e a fome oculta.

Três toneladas de alimentos

A parceria para ampliação da horta comunitária de Cachoeira do Sul teve início em junho de 2021. A primeira entrega de alimentos biofortificados ao projeto Mesa Brasil foi realizada já em setembro daquele ano. Até setembro de 2022 foram 20 entregas que totalizaram 3,06 toneladas de alimentos para 55 entidades da região. Cerca de 4,75 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social foram beneficiadas com as doações.

No início do projeto, a horta tinha 0,3 hectare plantado, que atendia a demanda dos cerca de 150 alunos da escola técnica agrícola. Com a entrada da Connectfarm, a área de plantio aumentou para seis hectares e a capacidade de produção triplicou. Com isso, aproximadamente 70% do cultivo agora é destinado ao projeto Mesa Brasil, do Sesc.

A diretora da escola, Fátima Lamb, cita alguns benefícios da parceria. “A parceria com a Connectfarm é uma forma de ampliarmos o diálogo com a comunidade, aprimorarmos ainda mais o aprendizado, inserindo novas tecnologias, e também estimularmos a solidariedade”, afirma. Para a nutricionista do projeto Mesa Brasil, Débora Carvalho Martins, a importância da ação é total. “O número de atendimentos aumentou muito com a pandemia, então, parcerias como estas são significativas pela demanda e pelos alimentos com valor nutritivo adequado para essa população,” destaca.

As mudas de hortaliças são custeadas pela AgTech, enquanto as sementes de alimentos como milho, feijão e mandioca são doados pela rede Biofort, da Embrapa. Ela acolhe projetos para diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar com o aumento do ferro, zinco e vitamina A — nutrientes importantes para a resistência do organismo e o desenvolvimento intelectual — na dieta da população mais carente.

“O cruzamento genético natural nos permitiu desenvolver batata doce, por exemplo, com 10 vezes mais nutrientes. Assim, conseguimos combater a fome oculta, que é a fome de quem se alimenta, mas se alimenta mal. Além disso, internamente, vemos nosso time muito empolgado em participar de projetos como esse, o que é o primeiro grande ganho. Fazer parte da comunidade com a qual estamos envolvidos diretamente é de muito valor,” completa Wellington Hoppe, coordenador do projeto na Connectfarm.

Fotos: Vanda Duarte/Divulgação | Fonte: Assessoria
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