Maior exportadora de calçados do Brasil, a Grendene registrou a maior receita bruta da história para um período de julho a setembro, com R$ 818,3 milhões, 5,9% de crescimento ante o 3T20. O lucro líquido alcançou R$ 208,1 milhões, alta de 87,7%. A redução das restrições ao comércio e à circulação de pessoas contribuiu para que o terceiro trimestre deste ano fosse o mais próximo de um cenário de normalidade para a companhia desde o início da pandemia.
Já a concentração de embarques no segundo semestre de 2020 fez com que o volume de pares embarcados recuasse 17,1% no 3T21, para 44 milhões, frente à forte base do 3T20. A receita bruta/par cresceu 27,6% para R$ 18,61.
Mercados
No mercado doméstico, a empresa também teve o melhor terceiro trimestre da história em receita bruta (R$ 662,8 milhões), ainda que o volume de pares vendido tenha encolhido 17,7% em comparação ao mesmo período no ano passado. “O efeito positivo do mix das linhas comercializadas e do preço dos produtos vendidos superou o impacto da queda do volume de pares embarcados”, explica o diretor de Relação com Investidores da Grendene, Alceu Albuquerque.
A retomada das atividades do varejo (lojas físicas) ajudou a reforçar o otimismo. “Esse canal impulsionou os resultados das nossas marcas no Brasil, ampliando sua relevância em nosso total de vendas e contribuindo para a elevação da receita bruta/par, dado que o varejo demanda produtos de maior valor agregado”, aponta Albuquerque.
As exportações seguiram a trajetória de recuperação apresentada desde o início do ano. As vendas ao mercado internacional alcançaram R$ 155,5 milhões em receita bruta e 7,8 milhões de pares em volume, 32,2% acima dos R$ 117,6 milhões em receita e 14,1% abaixo dos 9,1 milhões de pares do 3T20. Esse comportamento refletiu um incremento da receita bruta/par de 54,1% em reais e 58,8% em dólares, ocasionado, assim como no mercado interno, pelo efeito do preço mais elevado dos produtos vendidos e do mix de maior valor agregado embarcado.
O lucro bruto avançou 5,1%, para R$ 296,4 milhões, correspondendo a uma margem bruta de 44,2% no terceiro trimestre. Mesmo com o embarque de uma variedade de linhas de maior valor agregado e com o ganho de eficiência com mão de obra, a margem bruta recuou 0,5 p.p. em função da pressão de custos de matérias-primas. As despesas operacionais avançaram 13,7% e o EBIT recorrente recuou 6%, para R$ 126 milhões ante R$ 134 milhões no 3T20, em função de maiores gastos com despesas comerciais.
O resultado financeiro atingiu R$ 13 milhões no trimestre, avanço de 22,3%, devido ao resultado positivo do rendimento das aplicações financeiras, das operações de câmbio, e de outros ativos financeiros – SCPs; a soma do resultado do ajuste a valor presente, menos o resultado das aplicações em renda variável, foi R$ 2,3 milhões superior ao do 3T20.
Diante deste cenário, o lucro líquido recorrente avançou 15,8% para R$ 136,4 milhões, de julho a setembro. A companhia encerrou o trimestre passado com caixa estável próximo a R$ 2 bilhões, mantendo sua sólida situação financeira.
O avanço da vacinação no mundo, a melhora dos índices de mobilidade e a diminuição das incertezas com o quadro pandêmico nos trazem otimismo para o quatro trimestre, historicamente o mais representativo para a Grendene”.
“Embora cientes do cenário de instabilidade econômica causada pelo aumento da inflação, dos juros e da redução dos auxílios governamentais, diversos fatores indicam ventos favoráveis ao olhar para o horizonte: o avanço da vacinação no mundo, a melhora dos índices de mobilidade e a diminuição das incertezas com o quadro pandêmico nos trazem otimismo para o quatro trimestre, historicamente o mais representativo para a Grendene”, afirma Albuquerque.