Estudar a Antártica, do ponto de vista de mudanças climáticas, é um dos objetivos das pesquisas atuais sobre o clima pela importância do continente no cenário mundial, e pela busca de conhecimento já que a “descoberta” da Antártica completou apenas 200 anos em 2020.
E, Gramado, através de uma iniciativa do Geo Museu em parceria com a Unisinos, entra na rota destas discussões atuais recebendo, a partir do dia 30 de julho, a inédita exposição Da Floresta ao Deserto de Gelo – Pesquisas Geológicas na Antártica. O estado do Rio Grande do Sul recebe a exposição em uma verdadeira “viagem ao passado”.

Acampamento do Programa Antártico Brasileiro na Ilha Vega
Desde que a estação brasileira na Antártica teve um incêndio em 2012, o Brasil conta com uma cooperação muito grande na reconstrução do local e suas pesquisas. Em janeiro de 2020, a nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) foi inaugurada para substituir a antiga destruída pelo fogo.
Durante seis meses a exposição ficará no tradicional museu gramadense, um dos maiores do país com uma área de cerca de três mil metros quadrados e que tem exposição permanente de pedras preciosas raras.
A exposição vai oferecer experiências reais e vivências com momentos marcantes como:
– A montagem de um acampamento real com itens utilizados em expedições do Programa Antártico Brasileiro como barracas, bandeiras do Brasil desgastadas pelo clima da Antártica, e equipamentos utilizados pelos pesquisadores;
-Exposição de materiais fósseis de animais e plantas e de rochas descobertos no Continente Antártico. Serão mais de 50 amostras históricas (algumas amostras com mais de 50 milhões de anos);
-Exposição fotográfica do renomado fotógrafo paulista Edson Vandeira, especializado em aventura, cultura e ciência. Com fotos incríveis do continente gelado, Edson tem seu trabalho representado inclusive pela National Geographic Image Collection (EUA), e há 7 anos apoia o Programa Antártico Brasileiro, como um dos alpinistas responsáveis pela segurança dos cientistas durante a permanência e nos deslocamentos na Antártica;
-Documentos e equipamentos históricos como mapas antigos e equipamentos dos profissionais de Geologia da Unisinos.

O paleontólogo Douglas Santos Riff, da Universidade Federal de Uberlândia, examina um fóssil de madeira, datado em 70 milhões de anos, na Ilha Vega
Toda a exposição será acompanhada de banners com conteúdos informativos técnico-científicos sobre a Geologia geral da Antártica. Também fazem parte do cenário da exposição, vídeos com imagens captadas por drone e helicóptero. A exposição receberá ainda capacitações com alunos e professores ao longo dos seis meses. Tem a curadoria do cientista, paleontólogo e professor da Geologia Unisinos, Rodrigo Horodyski.
“Da Floresta ao Deserto de Gelo: Pesquisas Geológicas na Antártica”, realizada pela Geologia da Unisinos e o Geo Museu, oportunizará aos visitantes uma viagem a um dos locais mais isolados do mundo: a Antártica, mas uma Antártica antiga, quente e cheia de florestas, bem diferente dos dias de hoje. Os visitantes conhecerão os fósseis de plantas e animais marinhos e terrestres descobertos durante 60 dias de expedição no continente gelado e o dia-a-dia desafiador dos pesquisadores que trabalharam nestas escavações”, explica o curador.
É uma iniciativa do Geo Museu com realização e curadoria da Unisinos – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, através dos cursos de Bacharelado em Geologia (graduação) e Pós-Graduação em Geologia, Instituto Tecnológico Fossil – Itt Fossil, Museu de História Geológica do Rio Grande do Sul (MHGEO), com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (CNPQ e Capes) e Proantar (Programa Antártico Brasileiro).


