Galerias da Trensurb recebem a exposição “Terragrita”, de Paulo Côrrea

Por Stephany Foscarini

Desde a terça-feira (9), as galerias Mario Quintana e Xico Stockinger, da Trensurb, estão com a exposição “Terragrita”, de Paulo Corrêa, artista pelotense e ativista do movimento negro. Os painéis instalados nas estações Mercado e Rodoviária, com a parceria do Sesc-RS, irão trazer imagens das obras criadas com a mescla de técnicas variadas, da pintura à colagem e recorte de papelão, com uso de tinta acrílica e pigmentos naturais, simbolizando histórias de sobrevivência e evocando a força e a resistência da ancestralidade afro-brasileira.

A exposição convida o observador para dialogar com o caos planetário nas figuras humanas destroçadas e engolidas pelo fazer contemporâneo, mas que resistem com a força das figuras de referência afro-brasileira para sobreviver”.

“Ao artista, Paulo Corrêa, é creditada a função de ativista, para expor a demanda pela urgência de mudanças que a sociedade precisa, com esta arte engajada. A ideia é buscar a construção de novos valores e jeitos de se viver”, afirma a curadora da mostra e gestora cultural, Sabrina Stephanou. “A exposição convida o observador para dialogar com o caos planetário nas figuras humanas destroçadas e engolidas pelo fazer contemporâneo, mas que resistem com a força das figuras de referência afro-brasileira para sobreviver”, complementa. Segundo Stephanou, a mostra “está inserida no momento contemporâneo de grande fragilidade que o planeta terra vive, e nasce da intenção de tornar o diálogo e materiais reaproveitados/reutilizados, em obras visuais”. Conforme o artista, a obra surge da necessidade de observar o meio que cerca as pessoas para expor a urgência de igualdade social, respeito e justiça pela experiência libertadora que compartilha pensamentos e ideais.

A exposição original já esteve em cartaz nas galerias Espaço IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e Ecarta, ambas em Porto Alegre, e estará na Feira do Livro de Taquari, que ocorre de 17 a 20 de novembro. No próximo ano, a mostra deve circular pelos espaços expositivos do Sesc-RS.

O artista

Em suas obras, Paulo Corrêa retrata o que sente e não o que vê. Natural de Pelotas, é artista visual e também atua como fotógrafo e pesquisador. Está cursando, ainda, o curso técnico de Administração de Empresas, pelo IFRS. Foi fundador do grupo de artistas plásticos Quilombos Urbanos, em sua cidade natal.

Foi premiado no primeiro Salão de Arte Afro do Estado Rio Grande do Sul e recebeu diversas homenagens e reconhecimentos por sua contribuição, através das artes visuais, para a cultura negra. É titular no Colegiado de Culturas Populares pelo Conselho Nacional de Política Cultural. Já atuou em oficinas direcionadas a crianças e jovens e, atualmente, vem participando de seminários, palestras, cursos de artes, exposições individuais e coletivas, buscando sempre aprimorar seu conhecimento em arte, com inclusão para a acessibilidade e compartilhando com o público jovem, em especial, a comunidade afro-brasileira.

As galerias

Foi em março de 2006 – ano do centenário do poeta – que a Trensurb batizou o túnel que dá acesso às plataformas da Estação Mercado com o nome de Galeria Mario Quintana. Ao longo desses 15 anos, o espaço já recebeu mais de 100 exposições, realizadas por artistas e fotógrafos consagrados e novos talentos. Já a Galeria Xico Stockinger foi inaugurada em abril de 2019, no túnel de acesso à plataforma da Estação Rodoviária do metrô. Foi batizada em homenagem a um dos principais nomes das artes plásticas no Rio Grande do Sul. Ambos os espaços contam com a curadoria do Sesc-RS.

Foto: Marco Pecker/Divulgação | Fonte: Assessoria
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