Flávio Scholles fala sobre a primeira reforma do Museu Histórico de Dois Irmãos

Por Stephany Foscarini

Na manhã do dia 26 de agosto, parte da equipe do projeto “Restauro Museu Histórico de Dois Irmãos – parte 1: Projetos”, esteve visitando o artista plástico Flávio Scholles, em seu atelier, em Morro Reuter.

A pequena comitiva composta por Daniel Henz, da produtora Simples Assim, responsável pelo projeto junto às leis de incentivo; Thaís Backes, chefe do Departamento de Cultura de Dois Irmãos, e Cláudia Kunst, assessora de imprensa do projeto, foram até o atelier do artista para saber um pouco mais sobre o processo da primeira reforma que a então Casa Kieling passou em 1985. Uma visita de quase duas horas, onde Flávio contou muitas curiosidades e, especialmente detalhes sobre as obras que foram executadas por dois funcionários da prefeitura da época.

Flávio conta que foi convidado pelo então prefeito Romeo Benício Wolf para conduzir as obras do imóvel que fora adquirido pela Prefeitura da família de Carlos Kieling. “Na época, a então chefe de departamento de Turismo, Bernadete Rausch, teve a ideia de transformar aquele imóvel em museu, pois estava abandonado. A imprensa também foi muito importante para impulsionar o empreendimento naquele momento – Alan Caldas, diretor do Jornal Dois Irmãos, único jornal da cidade na época, além da Ivânia Reichert, do Jornal NH”, lembra Flávio.

Eu arrisquei com a obra da minha casa no Travessão, pois não se tinha conhecimento de reformas expressivas em casas deste estilo e que se mantivesse as características originais”.

O artista salienta que o convite surgiu porque ele já havia reformado a sua própria casa que é também construída em enxaimel. “Eu arrisquei com a obra da minha casa no Travessão, pois não se tinha conhecimento de reformas expressivas em casas deste estilo e que se mantivesse as características originais”, sustenta Flávio.

O artista destaca que a obra do museu foi realizada com poucos recursos, mas o suficiente para que o imóvel fosse mantido e se tornasse um espaço de memória da comunidade. “Usamos os materiais e recursos que tínhamos disponíveis na época. Os pedreiros da prefeitura, na época, fizeram um trabalho muito bom dentro destas condições. E a madeira, ainda lembro, por indicação do prefeito Romeo, foi restaurada pelo Rohr, de Picada São Paulo”, relembra Scholles.

Há 110 anos, praticamente todas as casas eram enxaimel. É nossa identidade. Nós somos isto”.

Flávio salienta que a técnica construtiva enxaimel é a arquitetura típica dos imigrantes alemães e que representa a identidade do povo da região. “Há 110 anos, praticamente todas as casas eram enxaimel. É nossa identidade. Nós somos isto”, reforça.

Diante de tantas histórias contadas ao longo da visita, o artista destaca a felicidade que foi ter trabalhado neste projeto. “Eu, hoje, me sinto muito orgulhoso de ter realizado este trabalho, pela importância que o museu tem para a comunidade”, ressalta.

Thaís comenta que nas visitas dos alunos ao museu é ressaltada a participação de Flávio nesta primeira reforma. “Recebemos muitos alunos no museu e nas exposições e reportagens referentes ao museu é citado o nome de Flávio Scholles, artista tão singular para nossa cidade”.

Ela finaliza, ressaltando a inquestionável importância do artista nesta obra, o que fez com que a memória de Dois Irmãos pudesse ser preservada por tantos anos. “A reforma coordenada por Scholles, em 1985, foi de extrema importância para o Museu Histórico de Dois Irmãos e para toda nossa comunidade. Não fossem as intervenções naquele momento, talvez este imóvel não estivesse sido mantido por todos estes anos. Muito teria se perdido e, com certeza grande parte da história de nosso município não seria conhecida e reverberada”, finaliza Thaís.

O projeto tem a realização da Prefeitura de Dois Irmãos/RS, Museu Histórico Municipal e Coro Cantares Dois Irmãos (Associação Cultural Cantares). O planejamento cultural da produtora Simples Assim. Patrocínio das Kinei Calçados e Confecções. Financiamento #proculturaRS, Secretaria da Cultura do RS, Governo do Rio Grande do Sul – Novas Façanhas.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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