Estudo identifica 165 áreas de perigo no município de Igrejinha

Por Stephany Foscarini

Buscando fazer o mapeamento de perigo da região do município de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, acaba de ser publicado o estudo ‘Carta de Perigo a Movimentos Gravitacionais de Massa’. Coordenado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), o trabalho teve início em 2021 e visa subsidiar as políticas municipais de ordenamento territorial e prevenção de desastres.

Realizado por dois pesquisadores do SGB-CPRM, Renato Mendonça e Raquel Binotto, a elaboração do estudo foi dividida em três etapas. Na primeira, ainda no ano passado, foram definidas, em conjunto com a administração municipal, as áreas que seriam contempladas pelo estudo. Após a seleção das regiões, foi realizada a construção de um modelo de perigo do município a partir da aplicação de técnicas de geoprocessamento.

Em seguida, já em campo, as áreas de perigo foram validadas pelos pesquisadores. Durante esse procedimento, além da verificação da consistência do modelo, também foram atribuídos graus de perigo a cada uma das regiões mapeadas. Por fim, novamente em escritório, após a realização de ajustes na modelagem, foram elaboradas as cartas das 165 áreas de perigo identificadas. De acordo com o coordenador executivo da ação, Julio Lana, foram utilizadas rotinas semi-automatizadas de construção de layouts. “Essas rotinas foram fundamentais para o aperfeiçoamento da padronização dos produtos e também para a melhoria da performance do projeto”, explica.

No relatório, constatou-se um histórico de acidentes com escorregamentos de terra no município. Das 165 áreas cartografadas, 146 se referem a deslizamentos planares, 4 a deslizamentos rotacionais, 4 a quedas de blocos e 11 a fluxo de detritos.

De acordo com o documento, grande parte das áreas de perigo cartografadas estão na porção ao leste do município, região com menor densidade populacional do que as áreas na planície do rio Paranhana, onde as residências estão mais distribuídas. Entretanto, os pesquisadores também apontam que a cidade está em expansão para fora do eixo central, com novas áreas residenciais e comerciais sendo construídas em regiões inadequadas.

O documento apresenta aos gestores municipais quais as áreas mais sujeitas a desenvolverem ou serem atingidas por deslizamentos, fluxo de detritos e queda de blocos de rocha”.

Segundo o texto do relatório, o trabalho deve sofrer revisões periódicas, já que podem surgir novas áreas de interesse ao longo do tempo, especialmente ao longo dos eixos do crescimento urbano. Além disso, o grau de perigo não é estático, podendo sofrer mudanças em função da dinâmica do meio físico. Para Lana, o documento deve contribuir com as políticas de ordenamento territorial e prevenção de desastres. “O documento apresenta aos gestores municipais quais as áreas mais sujeitas a desenvolverem ou serem atingidas por deslizamentos, fluxo de detritos e queda de blocos de rocha”, explica o pesquisador.

O resultado da pesquisa pode ser acessado aqui.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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