Estudo aponta otimismo dos empreendedores gaúchos para 2022

Por Stephany Foscarini

É com otimismo que empreendedores gaúchos projetam 2022. Estudo do Sebrae RS aponta que 65% das pequenas empresas creem na melhora do ramo de atividade e 53% no avanço da economia do Estado. Além disso, 43% pretendem expandir o negócio e 38% devem mantê-lo. Os índices positivos contrastam significativamente frente apenas 2% que pretendem reduzir e 4% que vislumbram encerrar as atividades na temporada de 2022.

Os dados são da 19ª edição da Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios e foram colhidos entre 20/12/2021 e 24/01/2022 com nível de confiança de 95%.

Finanças e pessoal

A perspectiva favorável para os negócios vem acompanhada da expectativa de aumento no faturamento para 80% dos entrevistados. Desses, 58% acreditam que o aumento será de até 30%.

Em relação a financiamento, a pesquisa aponta que 38% das empresas pretendem buscar recursos financeiros em 2022. Destes, 58% têm como finalidade a obtenção de capital de giro, e, 37% a aquisição de máquinas e equipamentos. Outros 25% querem investir em inovação e 10% em energias renováveis como uma alternativa para a redução dos custos fixos de produção, em especial nos setores de agronegócio e indústria. A tendência é ligeiramente maior que os dados de 2021, quando uma em cada três empresas buscou crédito, sendo 63% com a finalidade de pagar contas ou dívidas. O valor médio obtido foi de R$ 93,6 mil.

Em relação à ocupação de trabalhadores, o aumento de pessoal é planejado para 39% das empresas, 4 pontos percentuais a mais em relação aos negócios que pretendem manter o atual quadro funcional (35%). Apenas 3% dos respondentes informam a intenção de reduzir o número de colaboradores.

Reinvenção em 2021, desafios e retomada em 2022

O empreendedorismo gaúcho tem demonstrado grande resiliência, apesar dos enormes desafios, com empresas chegando inclusive a construir novas trajetórias de negócios para se manterem competitivas”.

O diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy, explica que ao longo dos dois últimos anos, a organização seguiu monitorando os pequenos negócios gaúchos com o objetivo de entender como os impactos deste período desafiador foram absorvidos, como incidiram nas operações das empresas e como o Sebrae RS poderia ajudar os empreendedores a superarem os efeitos da crise. “O empreendedorismo gaúcho tem demonstrado grande resiliência, apesar dos enormes desafios, com empresas chegando inclusive a construir novas trajetórias de negócios para se manterem competitivas”, explica.

O estudo do Sebrae RS confirmou ainda que a remodelagem dos negócios figurou como um dos principais ensinamentos de 2021. Nada menos que 51% dos entrevistados reformularam suas atividades no ano passado, sendo as quatro principais novas estratégias adotadas a utilização de ferramentas digitais para vendas e relacionamento com os clientes (58%), adoção do trabalho remoto (32%), readequação de estrutura física (32%), e mudança de produto/serviço (22%).

Os desafios para as empresas, contudo, continuam. Apesar do esquema vacinal gaúcho seguir avançando, o desenvolvimento da variante Ômicron e o desgaste econômico e operacional por parte dos pequenos negócios no terceiro ano de pandemia representam importantes desafios para 2022. A retomada que vinha sendo observada nos últimos meses de 2021 perdeu fôlego no início do ano. Em janeiro, 39% das pequenas empresas indicaram redução no faturamento, enquanto em novembro este percentual era de 29%. Atualmente, uma em cada quatro (25%) estão com dificuldade de manter-se em funcionamento. Para os 38% das empresas que estão aquém de sua margem normal de operação, em relação ao período anterior à pandemia (2019), o tempo estimado para recuperação é entre 6 e 12 meses.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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