Especialistas tiram dúvidas sobre inseminação e fertilização

Por Gabrielle Pacheco

A fertilização in vitro e a inseminação artificial são duas das principais técnicas de reprodução assistida. Graças aos avanços científicos, têm sido cada vez mais utilizadas e com melhores taxas de efetividade, ajudando a realizar o sonho de muitos casais.

Para esclarecer dúvidas sobre essas técnicas, conversamos com as embriologistas Letícia Proença e Shana Flach, do Centro de Medicina Reprodutiva Fertilitat. Elas esclarecem algumas das principais dúvidas com relação aos procedimentos.

Qual a diferença entre inseminação artificial e fertilização in vitro?

A inseminação é quando o material seminal é preparado e depositado diretamente no útero da paciente, para que a fertilização aconteça de forma natural. Já a técnica in vitro acontece quando é feita a retirada dos óvulos da paciente, nos quais são introduzidos os espermatozoides. O embrião desenvolvido é, então, transferido para o útero.

Posso escolher o sexo do bebê?

Não, isso é proibido pelo Conselho Federal de Medicina. A única exceção é a partir do estudo genético do embrião, desde que seja para evitar a transmissão de doenças genéticas relacionadas aos cromossomos sexuais, previamente conhecidas no casal.

Consigo saber o sexo do bebê na fertilização?

Sim, mas somente nos casos em que é realizada a biópsia embrionária.

Quantos embriões podem ser transferidos para a paciente?

O Conselho Federal de Medicina traz algumas limitações: em pacientes de até 35 anos, dois embriões. De 36 a 39 anos, até três. Acima de 40 anos, no máximo quatro. No entanto, a tendência mundial é de transferir apenas um, em virtude da evolução das técnicas, além do estudo da qualidade do embrião e do histórico da paciente.

O que define um bom embrião?

É aquele que vai levar à gravidez. Existe uma classificação morfológica que avalia a qualidade do embrião, mas ela por si só não é decisiva. Um embrião com índice médio pode resultar na gestação.

O que é a biópsia embrionária? Quem pode fazer?

É um procedimento que avalia a carga cromossômica de cada embrião, verificando se há alterações como monossomias ou trissomias — a presença de um ou três cromossomos onde deveria haver um par. É mais indicado em pacientes acima de 38 anos ou com histórico de aborto repetitivo e falha de implantação.

A biópsia pode prejudicar o embrião ou o bebê?

O procedimento não causa alterações genéticas no embrião, nem provoca sequelas no bebê, caso leve a uma gestação.

Por quanto tempo um embrião pode ficar congelado?

Pelo tempo necessário. Há registros de embriões que ficaram mais de 10, 15 anos congelados e geraram gestações de sucesso. O processo mantém a viabilidade do embrião e não causa modificações nele.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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