Encontro da Comissão São Leopoldo + Segura destacou união das forças de segurança e gratidão

Por Jonathan da Silva

Uma reunião entre os membros da Comissão São Leopoldo + Segura foi realizada nesta segunda-feira (27), no Restaurante Fazenda São Borja. Liderado pela Acist-SL e formado por todos os representantes de segurança pública da cidade, o grupo debateu as principais ações executadas nos últimos 20 dias, em que São Leopoldo foi atingida pelo maior desastre de sua história. Gratidão e união foram os pontos mais destacados durante o encontro.

O diretor de Segurança Pública da Associação, Rogério Daniel da Silva, afirmou que a comunidade tem uma grande dívida de gratidão com os servidores do setor após o trabalho durante a inundação. “Todos foram incansáveis no objetivo de salvar vidas e garantir a segurança”, ressaltou Rogério.

O comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Flori Chesani Jr., lembrou da soma de esforços vindos de moradores, que cederam seus barcos e de oficiais da reserva para o atendimento nos quatro primeiros dias. “Este foi um dos períodos mais difíceis que vivenciamos e graças ao esforço coletivo, que uniu a todos, conseguimos cumprir com nosso dever, que é a proteção do cidadão”, ressaltou Chesani Jr. Posteriormente, com a integração de demais órgãos, como Polícia Civil, Ministério Público, Guarda Civil Municipal, Força Nacional e Corpo de Bombeiros, foi possível elaborar uma metodologia para atender às diversas necessidades da população com mais organização. “Neste ponto, quero fazer um agradecimento público ao delegado Eduardo Hartz, titular da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, que destinou seus servidores para atuarem em áreas que não são da sua competência. Todos agiram com extrema boa vontade, contribuindo tanto nos salvamentos como na segurança pública. Por isso, meu muito obrigado”, salientou o comandante.

Quem também fez agradecimentos foi o integrante da Força Nacional enviado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, de Brasília, major Fernando Jardim. Sediada no Batalhão do Corpo de Bombeiros de São Leopoldo, a Força Nacional atuou nas ações de busca, salvamento e resgate. Com um grupo de 24 embarcações e equipe de 85 efetivos procedentes de outros estados, atuou diuturnamente em conjunto com as demais instituições, como Draco e Brigada Militar. Com a diminuição dos resgates, a fase seguinte da Força Nacional foi levar ajuda humanitária para quem permaneceu nas suas casas e agora, o foco é apoiar a reconstrução da cidade. “Ficaremos em São Leopoldo até o dia 16 de junho, contribuindo no que formos demandados”, pontuou Jardim.

O delegado Eduardo Hartz, por sua vez, agradeceu às equipes da Polícia Civil que atuaram em parceria com os demais órgãos. “Muitos, mesmo sem treinamento, integraram o policiamento embarcado, por exemplo,  salvando vidas e agindo acima do dever”, destacou Hartz.

Hartz ainda manifestou gratidão ao comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar por abrigar os servidores da 2ª Delegacia de Polícia, que foi completamente alagada e enalteceu a ajuda da empresa Stihl, que doou móveis para a recomposição da estrutura da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, também atingida pela enchente. Michele Arigony, delegada da Deam, reforçou o agradecimento. “Quando se perde o local de trabalho, é como se perdêssemos a nossa casa. Com a ajuda da Stihl, poderemos reconstruir e manter o atendimento à população”, ressaltou Michele.

Marco Antônio, colaborador da Stihl e integrante do Consepro reforçou que a empresa atende a importância de ajudar. “Toda a sociedade precisa da Deam”, destacou o trabalhador.

A secretária municipal de Segurança Pública, Giselda Matheus, agradeceu a integração de todos para o salvamento e resgate da população atingida. Sua pasta também é responsável pela Defesa Civil, que tem apenas cinco servidores. “Temos o desafio de manter a segurança de pessoas e de animais junto aos abrigos municipais, além de atender a toda a municipalidade”, pontuou Giselda. “Aproveito para solicitar a permanência da Força Nacional por mais tempo, pois a previsão de retorno à Brasília é dia 16 de junho e sabemos que ainda há muito a ser feito”, solicitou a secretária.

O retorno à normalidade também foi destacado na reunião. O delegado Eduardo Hartz reforçou que os servidores que foram deslocados das suas funções precisam retornar aos seus postos e responsabilidades. “Remanejamos efetivos de 16 municípios da região para ajudar nestes 20 dias e que agora precisam voltar aos seus postos”, frisou Hartz.

A procuradora Marcela Romera reforçou a necessidade deste retorno, principalmente devido à reintegração dos abrigos por parte dos proprietários, destacando que o poder público municipal irá anunciar novas medidas para atender aos desabrigados.

Setor produtivo

O presidente da Acist-SL, Daniel Klafke, em nome do setor empresarial, agradeceu aos servidores da Segurança Pública pelo trabalho para salvar vidas e concorda com o retorno gradativo das atividades. “Muitas empresas querem reabrir, mas têm receio quanto à segurança. Vamos reiterar o pedido para que a Força Nacional permaneça por mais tempo e que haja um posicionamento sobre a realocação dos desabrigados”, pontuou Klafke.

O dirigente fez um resumo das atividades que a Acist-SL vem desenvolvendo desde o início da tragédia. Em primeiro momento, foi criado um centro de recebimento e distribuição de doações na Sede Social para auxiliar as vítimas. Na sequência, o foco passou a ser o atendimento nas necessidades dos associados e seus funcionários, pois centenas foram impactados. Atualmente, a entidade tem ajudado as empresas a retomarem as atividades, estabelecendo parcerias para a tomada de crédito e apoiando a reorganização da gestão. Em nível municipal, a Associação vem solicitando, via Câmara Temática da Indústria, a suspensão do IPTU e da taxa de água.

A Acist-SL também integra o Ecossistema de Inovação de São Leopoldo-(Re)Construção, formado por empresas, entidades e consultores e que visa elaborar projetos e buscar recursos para atividades no curto, médio e longo prazo para reconstruir a cidade e também com foco para o futuro. As demandas apresentadas neste encontro também serão levadas para este fórum.

Também participaram da reunião o vice-presidente Financeiro da Acist-SL, Filipe Schuck,  a gerente executiva Maiara Fangueiro, os integrantes do Consepro Luiz Farias e Clóvis Perraro, o representante da Draco Ayrton Martins Junior e os delegados Cibelle Altamiranda Savi e André Serrão da Silva.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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