O CTG Estância do Campo Grande, em Estância Velha, cedeu seu galpão para abrigar nove famílias com crianças com Transtorno do Espectro do Autismo. A ação surgiu de iniciativa do SEG – Grupo Solução em Gestão com o apoio do Programa TEAcolhe do Governo do Estado. A Prefeitura do município também prestou todo o apoio à ação com aval do prefeito Diego Francisco (PSDB).
O grupo liderado por Edmilson Kailer contou com o trabalho das coordenadoras Priscila Silva (coordenadora-geral), Marliese Godoflite (coordenadora dos voluntários) e Cátia Heidrich (coordenadora da cozinha), além de dezenas de colaboradores que atenderam e acolheram estas famílias. As doações vieram de Dois Irmãos e de Estância Velha. “Nossa cidade fez a sua parte para acolher todos que precisavam de apoio neste momento difícil. Ter um abrigo acolhendo pessoas com autismo é a prova de que nos preocupamos com o bem-estar de todos”, aponta o prefeito Diego.
No total, quatro abrigos para atingidos em geral foram instalados em Estância Velha e receberam cerca de 800 pessoas durante o mês de maio. Além disso, a cidade contou com abrigos de voluntários para os animais.
Ajuda da Prefeitura
O vice-prefeito de Estância Velha, Airton Haag, esteve no local nesta terça-feira (28) para oferecer ajuda de deslocamento às famílias que já retornam para suas casas. “Daremos o apoio necessário para estas famílias retomarem suas vidas com dignidade”, comenta Haag, que ofereceu doações de roupas e outros itens necessários para o recomeço da vida dos atingidos. “Hoje temos somente mais três famílias, as outras já retornaram para suas casas”, complementa a coordenadora Cátia.
Rumo ao recomeço
Geici Mara Pastorio, de 47 anos, e seus filhos Davi, de 13 anos, e Emanuel, de 16, já arrumam as coisas que receberam de doação pensando no recomeço. A família teve sua casa destruída em deslizamento de terra em Gramado, em novembro de 2023. Com isto, mudaram-se para o bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, sendo mais uma vez atingidos por uma tragédia. “Estávamos em outro abrigo, mas o Emanuel (que é autista) estava muito agitado e com dificuldades de adaptação. Aqui fomos bem recebidos e tivemos um espaço tranquilo e reservado, o que acalmou ele”, explicou a mãe.
Geici afirma não quer voltar para Novo Hamburgo e que irá procurar um lugar mais tranquilo para alugar uma casa e recomeçar. “Mesmo depois de tudo que passamos, eu preciso ter força e coragem para recomeçar, e pelos meus filhos eu vou ter esta força”, finalizou a mãe.
Segundo explicações das coordenadoras, a família de Geici deve ser transferida para um abrigo em Ivoti até encontrar um lugar para morar. “O abrigo aqui em Estância Velha será desativado até o final de semana, quando todas as famílias serão encaminhadas para suas casas ou para casa de parentes”, explicou Marliese.