Comissão Especial realiza audiência pública em Santo Ângelo

Objetivo foi tratar sobre Leitos e Serviços de Saúde do Estado do RS

Por Amanda Krohn

Na noite de quinta-feira (14), a Câmara de Vereadores de Santo Ângelo sediou audiência pública, em formato híbrido, da Comissão Especial para tratar da Regulação de Leitos e dos Serviços de Saúde no Estado do RS, presidida pela deputada Fran Somensi (Republicanos). Foi a sétima audiência promovida pelo órgão temporário, das quais uma foi realizada na Capital e as demais em cidades do interior.

Fran Somensi falou dos objetivos da comissão especial, explicando que o objetivo é colher informações nas sete macrorregiões de saúde buscando o diagnóstico sobre a regulação de leitos e serviços de saúde. A parlamentar lembrou que, em função da pandemia, quando vários serviços de saúde foram cancelados, a demanda reprimida por atendimento agora é maior do que historicamente havia no RS. Ela defendeu que a atenção básica precisa ser resolutiva e que é a união entre todos os entes envolvidos na saúde que pode melhorar os serviços oferecidos.

O deputado Dr. Thiago Duarte (União), que participou de forma virtual, destacou a importância do trabalho da comissão especial na questão de regulação dos leitos e da preocupação em relação à demanda reprimida de cirurgias e consultas. Ele ainda questionou os participantes sobre o programa do governo do Estado que transforma leitos de atendimento em emergência em leitos de UTI e tratar com intensivistas através da telemedicina.

Manifestações

O secretário de Saúde de Santo Ângelo, Flávio Christensen, relatou que a questão mais problemática no município são as cirurgias, que ficaram suspensas por um ano e meio no hospital da cidade porque o bloco cirúrgico preciso ser utilizado como UTI Covid. Ele também citou o aumento de diagnósticos de câncer de rim, ginecológico e de mama na população atualmente. Defendeu ainda que haja mais leitos no RS, principalmente de UTI.

Vanderli de Barros, vice-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes Filantrópicos e Religiosos do RS e diretora-geral do Hospital Vida e Saúde de Santa Rosa, pontuou que fazer gestão em saúde e cuidar da vida das pessoas é um grande desafio. Ela citou a experiência de mobilização entre Estado, Municípios e hospitais durante a pandemia para atender a enorme demanda como um indicador de que se pode avançar mais em Saúde no RS.

Representando a Secretaria Estadual de Saúde, Patrícia Viçosa disse que se vê, na prática, o quanto a regulação avançou, mas é preciso avançar mais, principalmente em relação às pactuações, referências e nas conversas com os prestadores. Lembrou que vivemos num momento pós-pandemia, em que os pacientes estão chegando em situações muito mais graves e permanecendo um tempo maior internados, o que dificulta a liberação dos leitos para outros pacientes. Destacou a contra referência, o giro dos leitos e a ampliação dos leitos de UTI. Ainda sobre o questionamento de Dr. Thiago, Patrícia esclareceu que o programa de telemedicina não veio para criar leitos nas emergências, mas auxiliar os hospitais que já recebem, em suas portas de entrada, crianças procurando atendimento. “Não estamos regulando pacientes para estes locais. A gente está oportunizando que aquele hospital que tenha uma criança aguardando um leito de UTI Pediátrica, que ela possa ter um manejo mais adequado se aquela equipe não estiver preparada”, explicou, citando que, conforme dados da semana passada, de 100 pacientes que passaram pela telemedicina e acompanhamento diário da regulação, 40 deles não precisaram ser transferidos para um leito de UTI.

O vice-presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RS, Cacildo Goulart Delabary, classificou como oportuna a discussão proposta pela ALRS por meio da comissão especial. Falou do momento pós-pandemia, com a demanda reprimida por cirurgias e consultas e que a situação sobrecarrega mais os gestores municipais.

Também se manifestaram a dirigente do Núcleo da Defesa da Saúde da Defensoria Pública do Estado, Liliane Paz Deble; a secretária de Saúde de São Luiz Gonzaga, Clari Ramborger, representando o Consórcio Intermunicipal de Saúde; a representante do Conselho Municipal de Saúde de Santo Ângelo Ângela Gasparetto; o prefeito de Porto Xavier, Gilberto Menin; o vice-prefeito de Cerro Largo, Júlio Ledur; o representante do Ministério Público do Estado Márcio Rogério de Oliveira Bressan, além de secretários municipais de Saúde, vereadores e representantes da 12º Coordenadoria Regional de Saúde.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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