Aplicativo de leitura para crianças com transtorno do espectro autista ganha prêmio internacional

Por Felipe Schwartzhaupt

Um aplicativo desenvolvido pela Universidade Feevale para auxiliar na educação de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) recebeu, no último fim de semana, o prêmio Inovação em Educação no II Congresso Luso-Brasileiro em Transtornos de Aprendizagem. Com o tema Dislexia, cognição e emoção, o evento aconteceu de 10 a 12 de novembro, na Universidade Mackenzie – Consolação, em São Paulo (SP). Promovido pela Associação Brasileira de Dislexia e pela Qualconsoante, de Portugal, o congresso teve o objetivo de levar a todos os profissionais o que de melhor se faz na área de práticas pedagógicas e clínicas em relação a transtornos de aprendizagem.

O Alea – Aplicativo de Leitura Compartilhada para Crianças com Transtorno do Espectro Autista foi desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social em parceria com o Laboratório de Objetos der Aprendizagem (LOA). O projeto, coordenado pela Professora Rosemari Lorenz Martins com a colaboração da Professora Lovani Volmer e da doutoranda do PPG, Viviane Cristina de Mattos Battistello, constitui-se um aplicativo de leitura compartilhada voltado para crianças com TEA que estejam na Educação Infantil ou anos iniciais do Ensino Fundamental, que será disponibilizado gratuitamente para celulares e na web. A ferramenta traz três histórias: Heitor, o dinossauro, Caio, o papagaio e Yasmin, a pinguim. Cada uma é apresentada de forma completa e intercalada com perguntas, de diferentes níveis e tipos, para ajudar a criança a desenvolver uma melhor compreensão do texto e, também, habilidades da linguagem oral, imprescindíveis para o sucesso da compreensão leitora.

Conforme as autoras, o objetivo do projeto é auxiliar familiares de crianças com TEA e professores no processo de mediação da leitura, visando ao desenvolvimento da competência leitora e à promoção da literacia familiar – conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados à leitura e à escrita. Elaborado com base no programa de leitura mediada Recall – Reading to Engage Children with Autism in Language and Learning (que prevê que adulto e criança leiam juntos), o Alea está em fase de finalização, mas testes iniciais com crianças com e sem TEA já demonstraram sua aceitação pelos estudantes da Educação Infantil. “Acreditamos que o aplicativo possa contribuir com o desenvolvimento do letramento emergente, com a aprendizagem da leitura e escrita de crianças com TEA e proporcionar, ainda, uma ferramenta para professores que atuam com crianças com esse tipo de transtorno”, afirma a professora Rosemari. O projeto tem fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria

 

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