A ConnectFarm, empresa de tecnologia do agronegócio, foi reconhecida recentemente como Empresa B Certificada. A AgTech é uma das primeiras do ecossistema a conquistar a certificação emitida pelo B Lab, organização internacional sem fins lucrativos que impulsiona negócios que geram impacto positivo. Apenas 280 empresas no Brasil têm o “selo”, entre elas Natura, Reserva e Gerdau Summit – são oito mil atualmente em busca da certificação.
No mundo existem 5,2 mil negócios com a marca B em 80 países — apenas 500 estão na América Latina. Segundo o B Lab, nos últimos meses, mais de 30 mil empresas no planeta iniciaram a tentativa de obtenção do selo. Atualmente são mais de 150 mil em avaliação.
A empresa trabalha com tecnologia de ponta para maximizar recomendações agronômicas por meio de algoritmo proprietário. Ele promove planejamento de safra mais assertivo, gestão e governança sobre os processos do manejo e tomada de decisão para obter resultados acima dos padrões de produtividade do mercado. Um desses algoritmos é o Índice de Gestão Ambiental (IGA), que faz o cruzamento de informações de atributos do solo, das plantas e do ambiente para estimar o potencial produtivo de cada talhão.
A inovação foi destaque no BIA — sigla em inglês para Análise de Impacto do Negócio — do B Lab, por conciliar produção agrícola com especial atenção às mudanças climáticas. No relatório, a organização valorizou o trabalho de difusão do conhecimento da Connect FARM, por meio do amplo fornecimento de dados para os produtores rurais.
Tempo recorde e impacto em todos índices
Segundo a Abissal Capitalismo Saudável, consultoria que assessorou a empresa no alinhamento aos padrões B, o reconhecimento foi realizado em tempo recorde: 8,5 meses, em um período médio de 7 a 14 meses. Nele, foram medidos os impactos das ações da AgTech em cinco grupos: gente, governança, meio ambiente, comunidade e clientes. A ConnectFarm atingiu 104,1 pontos na avaliação de Impacto B, em 200 possíveis. A pontuação foi semelhante à de outras empresas brasileiras que já conquistaram a certificação, além de uma das maiores já obtidas por companhias do setor no país.
Agora, o grupo de acionistas e administradores da AgTech prepara o processo de certificação de outra empresa do grupo: a ConnectBIO, uma spin-off da própria ConnectFARM, que trabalha com a produção de insumos biológicos. A startup realiza uma espécie de “PCR do solo”: a ideia é mapear fungos e bactérias e entender se beneficiam ou prejudicam o campo. A solução elimina a necessidade de uso de químicos. A sinergia entre as empresas vai além: a ConnectBIO tem a ConnectFARM como principal cliente.
Planos de crescimento e expansão global
Atualmente, a AgTech, que tem três anos e meio de atuação, conta com mais de 500 produtores em carteira em nove estados do Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, São Paulo e Tocantins. Com investimentos em governança, com a chegada de um executivo que lidera os conselhos de administração e sustentabilidade direto dos Estados Unidos, os planos de crescimento e expansão da empresa global da marca têm foco nos mercados paraguaio e norte-americano.
De acordo com o chairman da ConnectFARM, Guilherme Lobato, que lidera a AgTech de Nova Iorque, o processo de certificação é uma declaração que a empresa está disposta a medir e gerenciar parâmetros de atuação, com atenção para governança ambiental, social e corporativa. “Estamos alinhados com princípios como propósito, responsabilidade e transparência, além dos aspectos financeiros. Isso define a nova economia construída por empresas, líderes e também empreendedores e empresários de menor escala,” disse.
O diretor do Sistema B Internacional, Marcel Fukayama, destacou a relevância de cada vez mais negócios buscarem padrões como aqueles preconizados pelo sistema. “Acreditamos na força do mercado para desenvolver soluções para problemas sociais e ambientais e, com isso, construir uma nova economia que seja mais inclusiva e sustentável. As Empresas B combinam propósito, responsabilidade e transparência rumo a uma nova maneira de fazer negócios e gerar impacto positivo”, comentou o executivo da organização.