O diretor da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, Marco Aurélio Kirsch, participou, na quarta-feira, 29, de mais um encontro do Fórum de Combate ao Colapso Econômico do RS. Na 7ª reunião do grupo, a entidade se posicionou, mais uma vez, pela necessidade da busca de dois bilhões de reais que estão na mão da CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), que, no entender na ACI, se apossou dos valores de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para os seus próprios cofres, não repassando ao Governo do Estado. “Fala-se muito no fundo eleitoral, da ordem de três bilhões, mas, por que não se discute o que já está pago pelo contribuinte e não chega ao Tesouro, que poderia assim comprar respiradores, macas, leitos, EPIs (Equipamento de Proteção Individuais)? A imprensa precisa nos ajudar a cobrar esse valor, com o qual teríamos uma enorme diferença em meio à crise”, reforçou o diretor da ACI.
Sobre a indústria calçadista no Rio Grande do Sul, Kirsch pontuou que já foram demitidos oito mil funcionários até a data de hoje. “E existe forte tendência de recrudescimento para a próxima semana, numa ordem exponencial, dadas as presentes notícias sobre a reabertura do comércio em São Paulo e demais estados brasileiros. Sem contar toda a problemática e incerteza da retomada no Rio Grande do Sul”, frisou. Marco Kirsch complementou ainda que, na pior projeção – que data do início desta crise, chegou-se a 20 mil demissões, que, consideradas as proporções históricas do quadro de trabalhadores, já é a pior crise do setor calçadista no RS. “Nossas empresas estão sacrificando e cortando na carne, com a perda de postos de empregos, redução de jornadas, com consequente redução de salários de até 70%, cercadas pela inadimplência e pela imprevisão dos negócios”.
O diretor da entidade também classificou como urgente a redução de salários privilegiados. “O Estado não anunciou ou propôs, até o presente momento, qualquer movimento estruturado na direção do corte de aposentadorias, redução de salários do Judiciário, do MP (Ministério Público), extinção do Tribunal de Contas dos municípios, dos salários dos funcionários da Secretaria da Fazenda ou qualquer movimento que indique que o próprio Estado está se estruturando para retornarmos. Da forma como está posto hoje, retornaremos sem pedidos, sem empregos e com mais impostos para cobrir uma estrutura estatal pétrea. Isso é muito preocupante, pois a pandemia vai passar, mas a economia e o peso dos tributos tornam-se, desde já, insustentáveis para o empresário e para as empresas gaúchas. Sem a força da imprensa, não reverteremos esse quadro autofágico e impossível de ser enfrentado sem cortes de grande monta por parte do setor público”, reforçou Marco Kirsch.
O Fórum de Combate ao Colapso Econômico do Rio Grande do Sul é promovido pela Assembleia Legislativa e pelo LIDE-RS. Sob a coordenação do presidente do Legislativo, Ernani Polo, o propósito está em debater as dificuldades pelas quais o Estado vem passando em função das paralisações em todos os âmbitos empresariais, devido à pandemia do Covid-19 (coronavírus), na busca de soluções para as demandas de diversos setores.