ACI classifica decisão do governador como “desproporcional, errada e arrasadora”

Por Gabrielle Pacheco

Em nota publicada no site, a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha externou, publicamente, sua inconformidade com o Decreto 55.184, publicado pelo governador Eduardo Leite na noite da última quarta-feira, 15.

A ACI reiterou que instalou um Gabinete de Gestão de Crise que busca colher as informações dos Boletins Oficiais de dados sobre o coronavírus, buscar avanços institucionais e trazer notícias sobre as pesquisas da cura e da descoberta de uma vacina para esta doença. “Buscamos entender e apoiar todos os esforços dos municípios e das empresas em prol da saúde, apresentamos protocolos de cuidados sanitários e de higienização para a retomada das atividades, participamos de inúmeras reuniões com a presidência da Assembleia Legislativa, representada pelo deputado Ernani Polo. Reunimo-nos também com o governador Eduardo Leite na busca dos critérios estatísticos e atualizados que balizassem as decisões de reabertura ou de manutenção das atividades”, diz a entidade.

A associação se disse surpresa com o Decreto que proíbe o retorno às atividades em toda a região metropolitana de Porto Alegre e questionou os números apresentados. “Aceitaríamos de bom grado uma decisão embasada em números, particularidades e justificativas científicas. Não foi o que ocorreu. Na cidade de Novo Hamburgo, o boletim de Atendimentos oficial apresentava ontem 507 pessoas recepcionadas, 338 pessoas em isolamento domiciliar, 5 internados e 26 casos até agora confirmados, com 2 óbitos. A rede hospitalar municipal local possui 86 ventiladores, 391 leitos, com 49 leitos de UTI à disposição dos munícipes. Na cidade de Campo Bom, o Hospital tem capacidade de 10 leitos de UTI, 14 respiradores e mais 5 que chegarão nos próximos dias. Até o momento, o município teve 4 casos confirmados, nenhuma internação, sendo o último caso confirmado no dia 2 de abril”, aponta.

Outro apontamento é de que cidades como Capela de Santana, Igrejinha, Araricá, Nova Santa Rita, Nova Hartz, Parobé, Portão, Triunfo e Riozinho, na Região Metropolitana, que não registraram um só caso de Covid-19, estão impedidas de exercer suas atividades, mesmo com todo o rol de cuidados exigido pelo Decreto Estadual.

Por fim, a ACI reconheceu a importância das medidas tomadas até agora. “Não resta dúvida de que as medidas de restrição foram importantes neste processo coletivo”, reforça. “Ao mesmo tempo, a economia privada (assim como a pública) vem sofrendo uma dilapidação das reservas do fluxo de caixa, dos postos de emprego e de patrimônios construídos por décadas, com prejuízos incalculáveis, sob o ponto de vista humano e financeiro, que hoje alcança o esgotamento da reserva do caixa das empresas, de um corte profundo na cadeia entrelaçada por comércio, serviços e parques industriais e da consequente margem de endividamento, falta de horizontes e um abalo enorme da confiança do cidadão no setor público, por decisões incongruentes, descontinuadas e desiguais”.

A entidade pede a reconsideração e defende uma análise científica detida na situação de cada município. “Apelamos para o seu bom senso e sua revisão dos critérios aplicados a nossa região num todo, com vista a sairmos desta terrível crise com o menor número de mortes, de impacto negativo na economia e de fechamento definitivo de postos de emprego e de empresas. Que a solução encontrada seja a melhor para todos os seus concidadãos, e eleitores, gaúchos”, finaliza.

Foto: Divulgação | Fonte: Assessoria
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