A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul- FCDL-RS entende que as vendas decorrentes da Páscoa em 2020 serão significativamente menores na comparação com 2019 ou qualquer outro período comparativo das últimas décadas. O percentual de retração não pode ser estimado, uma vez que situação semelhante ao que está sendo vivida atualmente, com o fechamento do comércio por causa da pandemia de coronavírus, não encontra similar na história brasileira ou mundial. Não há, portanto, parâmetro comparativo, mas certamente a queda ficará em dois dígitos.
Evidentemente, a pandemia causada pela Covid-19 e as políticas públicas de isolamento social são os fatores responsáveis pela formação deste quadro econômico. Mesmo que algumas prefeituras estejam permitindo, em excepcionalidade, a abertura de lojas especializadas em chocolate, isto é apenas a ponta do iceberg de um universo de dinâmica de consumo muito mais amplo:
Na avaliação do Departamento de Economia da FCDL-RS, o consumo de Páscoa não se resume apenas a chocolates. Além de alimentos típicos da época, nos últimos anos se observa ma forte diversificação do consumo nesta data festiva, na direção de artigos do vestuário, brinquedos e produtos eletrônicos. Com as lojas fechadas, estas vendas não se realizarão.
A Páscoa é uma celebração tradicionalmente familiar. Com as restrições impostas pelo distanciamento social, especialmente no que diz respeito às pessoas de mais de 60 anos, o centro gravitacional da comemoração ficou claramente comprometido, inibindo os deslocamentos de pessoas, que não raramente envolvem viagens intermunicipais e interestaduais.
Por conta das restrições atuais, a circulação de renda na economia diminuiu drasticamente. Isto significa menos dinheiro disponível nas empresas e redução da empregabilidade em geral. Tal quadro torna, evidentemente, as pessoas bem mais conservadoras para consumir, mesmo que via internet.
No que diz respeito aos chocolates, mesmo que as lojas do ramo tenham permissão excepcional para abrir nesta semana, a menor circulação de pessoas no comércio dos municípios e o próprio pessimismo por conta da situação atual, deverá resultar em significativa queda de vendas.
Essa situação reforça a solicitação da FCDL-RS junto ao Governo do Estado do RS para flexibilização da abertura de lojas com regras pré-estabelecidas e cuidados com a saúde. Caso isso não ocorra, o Rio Grande do Sul poderá viver a maior crise econômica e de empregabilidade de sua história.