Qualidade da água do Rio dos Sinos mantém estabilidade em agosto

Por Amanda Krohn

Dados do Programa de Monitoramento Espacial do Pró-Sinos mostram que, durante o mês de agosto, a qualidade da água sofreu alteração entre as porções 1 e 2 da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, causada pelo lançamento de esgotos não tratados nos cursos de água nas regiões densamente habitadas. Como verificado em outros meses, o período mais chuvoso continua influenciando os resultados, diluindo a carga de contaminantes proveniente das cidades.

“Na maior parte dos pontos verificam-se pequenas oscilações ao redor de valores médios, característicos da época. Isso está relacionado à ocorrência ou não de chuvas no período imediatamente precedente às medições e coletas de amostras. Mas o que não se altera ao longo do tempo é a queda dos valores da qualidade da água ao passar pelos centros urbanos da porção 2 do mapa”, explica o diretor-técnico do consórcio, Hener de Souza Nunes Júnior.

Conforme o levantamento, na primeira porção, nos pontos mais próximos às nascentes do Rio dos Sinos e seus afluentes, estão os melhores resultados, em especial, nos pontos P6, P11 e P12. “Em geral, houve uma pequena melhora nos valores do Índice da Qualidade da Água (IQA) dos pontos da região, sem que isso significasse mudança de classificação. Permanecem, em sua maioria, na classificação ‘regular’. Nenhum ponto nesta porção tem sua qualidade classificada como ‘ruim’”, acrescenta Hener.

Já na segunda porção, o IQA continua mostrando valores baixos, classificados de “razoável” a “ruim”. Embora a gravidade do quadro de contaminação das águas tenha diminuído levemente, ela permanece presente e está apenas oculta pela maior vazão dos rios e arroios. E nos pontos monitorados pela Prefeitura de Esteio, os valores de IQA oscilaram em torno da média verificada nas medições anteriores.

Índice da Qualidade da Água (IQA)

Mensalmente, o Consórcio Pró-Sinos monitora nove parâmetros de qualidade da água em 24 pontos representativos da Bacia do Rio dos Sinos. A partir desses parâmetros – Coliformes Termotolerantes, pH, Nitrogênio, Fósforo, Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Temperatura, Turbidez e Sólidos Totais – é calculado o Índice da Qualidade da Água (IQA), um número que permite uma avaliação genérica, mas significativa, das condições da água no local.

O IQA é avaliado em uma escala que varia de zero a cem, sendo os valores mais baixos indicativos de uma qualidade muito ruim e valores mais altos, indicativos de boa qualidade. A equipe técnica do Pró-Sinos acompanha esses dados mensalmente. São informações relevantes, que podem servir de alerta e apoiar tomadas de decisão e ações. Para visualizar o mapa interativo e obter o relatório completo do monitoramento, acesse fortalezatec.com.br/prosinos.

O exame dos valores obtidos para o IQA nos diversos pontos monitorados permite segmentar a bacia em duas porções: áreas com baixo adensamento populacional, mais próximas das nascentes do Rio dos Sinos e de seus afluentes, e áreas com alto adensamento populacional, mais próximas da foz. Na primeira porção, estão os pontos de P1 a P12. Na segunda, os pontos de P13 a P25. Conforme indicado, na segunda porção somam-se os despejos de esgoto não tratado, vindos das áreas urbanas da primeira porção, aos esgotos das áreas com população altamente adensada, para onde o Rio dos Sinos escoa. A qualidade da água nesta segunda porção é bem mais baixa.

Foto: Hener de Souza Nunes Júnior/Divulgação | Fonte: Assessoria
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