Moda sustentável aponta tendência do pós-pandemia

Por Gabrielle Pacheco

A pandemia ocasionada pela Covid-19 tem deixado velhos hábitos de consumo para trás. Essa tendência, inclusive, já está sendo refletida no mercado da moda sustentável, como as mudanças impulsionadas pelo movimento slow fashion. Elas vão desde o desapego ao escolher peças que devem ser descartadas do guarda-roupa até a compra em brechós, estimulada pela economia circular e com presença ainda mais fortalecida no ambiente digital.

De acordo com o relatório BrandZ Global 2020, da Kantar, 84% dos consumidores em todo o mundo dizem que estão procurando comprar de marcas que apoiam causas pelas quais elas se identificam e 93% afirmam que buscar confiança e transparência é importante. Com isso, marcas começaram a se preocupar mais com o meio ambiente, com boas práticas de gestão e a acompanhar esses novos comportamentos de consumo. No entanto, esse caminho ainda parece longo.

“A maioria [das marcas] está apenas nos primeiros passos em sua jornada para ser mais ecologicamente correta.”

“Na moda, os principais fatores de decisão de compra tendem a ser preço, conveniência, qualidade e estilo”, afirma Valkiria Garré, CEO de Insights na Kantar Brasil. Conforme ela, muitas das principais marcas oferecem todos esses itens, “mas a maioria está apenas nos primeiros passos em sua jornada para ser mais ecologicamente correta. Outros fatores, como impacto nas comunidades, comércio local, transporte e condições de trabalho ainda estão no fundo do funil de prioridade”, comenta.

Moda sustentável na prática

Nesse sentido, mesmo que a passos lentos, a moda sustentável já apresenta sinais de tendência para o varejo pós-pandemia. No Brasil, a Renner, por exemplo, anunciou novidades. Trata-se de uma parceria com o brechó online Repassa, para que os clientes possam vender as roupas que não usam mais. Os consumidores que venderem peças escolhem se querem sacar o dinheiro, doar ou fazer nova compra.

Em âmbito global, a gigante do fast fashion H&M apresentou uma máquina que recicla roupas usadas e as transforma em peças novas, localizada em uma de suas unidades de Estocolmo, na Suécia. O objetivo da marca é reforçar o princípio de circulação das roupas. Dessa maneira, a grife mostra que uma peça esquecida no armário pode transformar-se em algo novo, aumentando sua vida útil. Para utilizar a máquina de reciclagem de roupas, a H&M cobrará entre 10 e 15 euros. O valor arrecadado servirá para continuar com as pesquisas de uso sustentável das roupas produzidas pela H&M.

Foto: Reprodução | Fonte: Assessoria
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